18/09/2009

Campanhas... negras!

Apesar de ter decidido que não iria fazer qualquer comentário sobre a campanha eleitoral para as eleições do dia 27 de Setembro, entendi que, pela forma como a campanha está a ser conduzida, nomeadamente os temas que se discutem, iría abrir uma excepção.
Estava eu, por isso, a fazer um pequeno texto sobre a "campanha negra" que está a ser feita, em que os partidos puxam os temas demagógicos à discussão, fugindo assim aos temas principais e que deveriam ocupar o espaço central (acabando por "apanhar" os mais distraídos), quando li o texto do Prof. João Cardoso Rosas no jornal i esta quinta-feira (17/09/2009): «"Os espanhois" e outras histórias florentinas».

O retrato fiel do que se temos assistido neste período eleitoral.

«Pense-se na "asfixia democrática" do continente e em como ela deixou de existir na Madeira, só porque aí é praticada pelo PSD. Pense-se nos apelos à ética, subitamente suspensos quando se tratou de favorecer um amigo político, o famoso "homem da mala". Pense-se no modo como a líder do PSD tratou a sua oposição interna: à boa moda florentina, eliminando todos aqueles que lhe pudessem fazer sombra, sem qualquer remorso nem respeito.
Parece estranho mas, diante de Ferreira Leite, Sócrates, o político profissional, começa a surgir como um homem excessivamente bem-intencionado, ou até um pouco ingénuo. Anda por aí a apresentar, com insistência, a obra feita e o programa para a próxima legislatura. Ferreira Leite, por seu turno, parece estar a levar demasiado à letra os ensinamentos de Maquiavel.»

É um facto: «A campanha abandonou agora a respeitabilidade dos debates e passou à fase mais suja.»

O texto de opinião, e que recomendo vivamente, pode ser lido aqui.

Ainda falando de campanhas negras, no caso das "escutas" em Belém, a história está a tomar proporções ridículas.
Lembremo-nos que tudo começou num jornal que já há muito tempo, na minha opinião, perdeu o estatuto de "jornal de referência".
O jornal PÚBLICO tornou-se num verdadeiro pasquim!

Quando, finalmente, se esperava que o Sr. Presidente viesse, de uma vez por todas, encerrar o assunto (já o devia ter feito no momento em que a história começou), este falou... para dizer que não ia falar!
Até depois das eleições vamos ficar com este tema em suspenso e passível de ser usado como arma de arremesso. Lamentável!

Tenho muita dificuldade em acreditar em teorias da conspiração, mas tendo estudado um pouco as áreas de marketing e comunicação política, pessoalmente, não ficaria nada surpreendido se se confirmasse que a "notícia" tivesse sido de facto encomendada.

Aproveito a deixa para recomendar um livro: "Nos Bastidores do Jogo Político - O poder dos acessores" de Vitor Gonçalves editado pela Livraria Minerva.


1 comentário:

  1. Sou uma discreta seguidora deste blog, que hoje conseguiu tornar ainda mais sólidas as minhas convicções. É tão cáustico e verdadeiro este texto do Prof. João Rosas.
    Algumas pessoas estão a tornar esta campanha eleitoral tão nojenta como a Tomatina Espanhola.

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