21/04/2010
Não há truque que não lucre ao FMI
«Simon Johnson, antigo economista chefe do FMI, considera que Portugal, tal como a Grécia, "corre risco de falência económica" e é hoje um país mais arriscado que a Argentina de 2001.»
Fico com uma dúvida: trata-se de um aviso ou duma angariação de "clientes"?
FMI, uma instituição com puros interesses económicos (desconhecidos) e que "vive" das "falências económicas" dos Estados.
Uma breve consulta histórica sobre a intervenção desta organização privada em diversos países, principalmente na América do Sul, dar-nos-á a capacidade de, pelo menos, questionar a parcialidade deste tipo de "avisos".
Uma excelente iniciação neste tema deve passar sempre pela leitura do livro "Império da Vergonha" de Jean Ziegler.
«Assistimos hoje a um formidável movimento de refeudalização do mundo. Na verdade, o 11 de Setembro de 2001 foi mais do que uma boa oportunidade para George W. Bush alargar o domínio mundial dos Estados Unidos: serviu mesmo para os grandes empórios transcontinentais partilharem entre si os povos do hemisfério sul.
Para conseguirem impor este regime inédito de submissão dos povos aos interesses das grandes companhias privadas, há duas armas de destruição maciça que os senhores do império da vergonha sabem esgrimir de forma admirável: a dívida e a fome. Pelo endividamento, os Estados abdicam da sua soberania; pela fome que daí resulta, os povos agonizam e renunciam à liberdade.
Mas quem são estes cosmocratas? - como lhes chama Jean Ziegler. São senhores que, pouco a pouco, tudo privatizam, inclusive a própria água que depois os povos terão de lhes pagar. Este livro segue a pista dos seus métodos mais dissimulados: aqui regista-se a patente da vida, ali quebram-se as resistências sindicais, além impõe-se pela força a cultura dos OGM (organismos geneticamente modificados).
Sim, o império da vergonha instalou-se sub-repticiamente no planeta. Mas foi precisamente a vergonha que serviu de suporte ao impulso revolucionário de 1789. E a nova revolução está em marcha: insurreições das consciências aqui, insurreições da fome acolá. Só ela pode conduzir à refundação do direito à felicidade, uma velha questão do século XVIII.»
Nota: o título faz parte do refrão da música "FMI" de José Mário Branco.
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