Não poderia estar mais de acordo com a análise de André Freire.
Parece-me correcto quando reconhece existir «uma evolução no combate partidário: ‘a mudança parece-me uma estratégia para centrar o debate político nos temas, em propostas de políticas, em alternativas do ponto de vista substantivo, e menos nos casos’.
Obrigando o Partido Socialista ‘a tomar posição sobre uma série de questões’, Passos Coelho pode reconquistar a opinião pública. Afinal de contas, admite André Freire, ‘um confronto político muito baseado nos casos pode ter um efeito de cansaço junto das pessoas’.»
É verdade. O que resta agora é que essas propostas e as alternativas venham a ser conhecidas.
Recordo que também que com a chegada de Manuela Ferreira Leite veio este sentimento de esperança no debate dos temas políticos. Podia ler-se no programa eleitoral do PSD que a «reafirmação de alguns destes valores é indispensável no nosso País – valores como a Verdade quando se fala aos Portugueses, a Seriedade do discurso e dos argumentos políticos, o Realismo das propostas, a Responsabilidade na actuação e nos caminhos assumidos e o sentido de Compromisso com o Futuro, com as gerações de Portugueses que nos virão a suceder.»
E o que o PSD "ofereceu" a Portugal foi a dita política de verdade cheia de mesquinhices e contradições.
Gostaria de acreditar que com Passos Coelho a mesma situação não se repetirá (desconfiança agravada quando olhamos para as "novas caras" que compõe este PSD. Aguiar Branco, Rangel, etc. que conferem ao PSD a possibilidade de manter a mesma toada que até aqui temos tido.)
Um outro aspecto é «reconciliação com o eleitorado perdido nas últimas legislativas pode vir a dar-se não só ao centro, onde se disputa o combate político entre PS e PSD, mas também à direita, no território do eleitorado do CDS-PP». Esta ideia pode ganhar ainda mais força graças à visão de Passos Coelho bem mais liberal do que qualquer outro líder que tenha passado pelo PSD.
«No centro da intervenção de Passos Coelho esteve contudo a proposta de uma revisão constitucional, que deverá acontecer antes das eleições presidenciais do ano que vem. Para o politólogo, essa opção ‘dá proeminência ao PSD, um relevo acrescido na negociação destas matérias’ e ‘ganha palco para afirmar as suas propostas’.»
Correcto. Mas não creio que o que as necessidades do país, neste momento, sejam alcançadas na sequência de alterações constitucionais. Mas como o referi antes, venham de lá essas propostas e razões para tal.
«Se as próximas sondagens revelarem que o PSD está a subir nas intenções de voto, em comparação com o PS, o partido não deve cair na tentação de acelerar um eventual processo de eleições antecipadas» - situação que já aqui tinha sido referida, mas que, aliada ao pedido e à pressão para a existência dum calendário próprio do PSD, independente do calendário presidencial, pode ser um factor decisivo para se cometer o erro que alerta André Freire.
Aqui, a notícia.
Aqui, os videos:
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Diz o povo: «quem te avisa, teu amigo é»
13/04/2010
Análise de André Freire ao "novo" PSD
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