Mais um dia, mais um "tropeção" de MFL (acho que Pacheco Pereira encontrou a melhor expressão para alguns comentários públicos da sua líder).
Recuperada da gripe que a impossibilitou de estar presente em eventos que odeia, nomeadamente no comício de Chão da Lagoa, a líder do PSD enumerou, em poucos dias, o segundo tema que não discute em vésperas de eleições: «ataques políticos».
Ora para MFL em vésperas de eleições não se discutem as «iniciativas que tenham por objectivo dar maior transparência à vida política e à democracia» nem se comentam «ataques políticos». Resta ainda saber que outros temas não se discutem nesta altura. Serão os programas eleitorais outro "tema tabú" nestes períodos?!
Se já era conhecida a vontade de privatização de alguns serviços como saúde e pensões, isto é, minimizar ao máximo o papel do Estado, ao lermos o seu artigo de opinião esta semana no Expresso ficamos também a saber que o que interessa é legislar pouco: «Para que um país progrida é essencial que as pessoas se sintam livres para fazer tudo aquilo que a lei não proíbe, em vez de ser a lei a desenhar todos os contornos do que é permitido». Portanto, uma visão minimalista também no que a legislação respeita.
Na falta da apresentação de soluções para os problemas que acusa (um pouco ao estilo de Medina Carreira) fico com a impressão que o PSD se está a afastar do papel de partido de alternativa governativa. Se internamente o partido não se mostra coerente entre os chavões que apregoa e as acções/atitudes que toma (e lembro-me do outdoor que transcreve um pedido feito ao call center do PSD, «Façam política com as pessoas», mas dentro do partido só se faz política com os amigos) que confiança o PSD poderá transmitir ao portugueses?
A forma escolhida para a a composição das listas de candidatos a deputados, uma espécie de autoritarismo ("quero, posso e mando") que criou guerras internas, também não me parece que vá no sentido de reafirmar o PSD como um partido que pode assumir o controlo do país sem voltar a meter o pé na argola como no tempo de Durão e Santana (isto para não irmos mais atrás...).
Se tomar em consideração os "tropeções" e a "necessidade de interpretação especial" de MFL assim como o seu passado político enquanto membro de governos, olhar para o historial de alguns dos deputados que surgem agora como sendo uma renovação (João de Deus Pinheiro, Pacheco Pereira, Couto dos Santos...), ou constatar ainda que existem lá colocados candidatos que encontram neste momento acusados judicialmente, julgo que há mais probabilidades de se instalar o tão famoso "clima de ingovernabilidade" com uma vitória do PSD, independentemente da dimensão, do que com um governo minoritário do PS nas próximas legislativas.
Porque a minha memória não é tão curta como a de alguns, lembrei-me de ver onde estava (ou se estava) colocado o actual deputado José Eduardo Martins (o tal que mandou para o "alho" um colega de profissão em plena Assembleia da República - um deputado do PS). Surpresa ou talvez não, é o cabeça-de-lista por Viana do Castelo.
É seguramente mais "Política de Verdade".
11/08/2009
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Amigo Pedro, excelente!
ResponderEliminarÉ um vergonha a lata que esta Senhora tem para fazer politica deste modo! Deus nos livre de ela chegar a PM!
Abraço.