Pode parecer uma piada, mas não é!
Este é um vídeo de campanha do partido islandês chamado "Melhor Partido" (Besti Flokkurinn), fundado há 6 meses pelo comediante Jon Garr.
Concorreu às eleições locais na capital do país, Reykjavik, com a promessa de ter um Parlamento livre de drogas até 2020, toalhas grátis em todas as piscinas, um urso polar para o jardim zoológico e até uma Disneyland!!
E espantem-se: ganharam!!
Derrotaram o histórico Partido da Independência (fundado em 1929) que actualmente detêm o poder (em coligação) na Islândia.
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O "Melhor Partido" conquistou 34,7% do eleitorado contra 33,6% do Partido da Independência.
Ainda não se sabe se os vencedores irão assumir a vitória e, consequentemente, o cargo, ou se abdicarão para o PI.
Mais do que uma crença nas promessas deste partido, dizem os comentadores políticos locais, e faz todo o sentido, esta vitória representa um voto de protesto à actual governação da Islândia.
Há com cada um...
30/05/2010
28/05/2010
Google Chrome - testes de velocidade
Eis alguns testes à velocidade do browser de Internet da Google, o Google Chrome:
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Derrube do poder político
Tudo serve para derrubar o poder político: calunia, escárnio, comissões de inquérito, golpes de Estado, atentados à bomba, atentados à coroa de flores...
Pois se não acreditam, ora aqui está a prova como o Presidente da Ucrânia foi vil e barbaramente atacado por uma terrorista coroa de flores. Bastou desviar os olhos por segundos...
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Será que haverá algum partido político ou organização em Portugal aproveite a ideia?
Pois se não acreditam, ora aqui está a prova como o Presidente da Ucrânia foi vil e barbaramente atacado por uma terrorista coroa de flores. Bastou desviar os olhos por segundos...
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Será que haverá algum partido político ou organização em Portugal aproveite a ideia?
De volta ao processo da Globalização...
Quase uma semana sem serviço de Internet é obra!
Acontece... Mas agora estou de volta...
Acontece... Mas agora estou de volta...
21/05/2010
O relógio
Quando ouço alguns partidos a bradar a todos que há 5 anos que andam a pregar para a desgraça de Portugal e que, ainda com algumas inverdades, omissões e mentiras, atingimos o ponto que todos eles haviam previsto, que nem Zandinga, lembro-me duma velha e grande verdade:
"mesmo um relógio parado indica a hora correcta duas vezes por dia"!
Lá demagogia há aos molhos... como o alecrim.
Vale a pena ler esta crónica:
«De facto, o crescimento das exportações de bens de 5% em Janeiro, 12% em Fevereiro e de mais de 20% em Março é em parte explicado pela alteração da estrutura de exportações e pela evolução que o País está a conseguir na conquista de novos mercados, fugindo à sina do baixo crescimento dos mercados europeus.
Os dados do primeiro trimestre para os bens e também para os serviços, e as indicações que já existem sobre a evolução em Abril, tornam inevitável que as instituições internacionais, que até há pouco tempo previam crescimentos das exportações portuguesas entre 1.3 e 3.8% em 2010, estejam a rever estes números.
A alteração da estrutura sectorial e dos mercados das exportações portuguesas pode ser o garante de um crescimento saudável da economia portuguesa em 2010, contrariando o efeito recessivo que as medidas de consolidação terão no segundo semestre. Mas, principalmente, a evolução da última década e meia e do primeiro trimestre de 2010 mostram que as crónicas sobre a morte da competitividade portuguesa eram claramente exageradas.»
"mesmo um relógio parado indica a hora correcta duas vezes por dia"!
Lá demagogia há aos molhos... como o alecrim.
Vale a pena ler esta crónica:
«De facto, o crescimento das exportações de bens de 5% em Janeiro, 12% em Fevereiro e de mais de 20% em Março é em parte explicado pela alteração da estrutura de exportações e pela evolução que o País está a conseguir na conquista de novos mercados, fugindo à sina do baixo crescimento dos mercados europeus.
Os dados do primeiro trimestre para os bens e também para os serviços, e as indicações que já existem sobre a evolução em Abril, tornam inevitável que as instituições internacionais, que até há pouco tempo previam crescimentos das exportações portuguesas entre 1.3 e 3.8% em 2010, estejam a rever estes números.
A alteração da estrutura sectorial e dos mercados das exportações portuguesas pode ser o garante de um crescimento saudável da economia portuguesa em 2010, contrariando o efeito recessivo que as medidas de consolidação terão no segundo semestre. Mas, principalmente, a evolução da última década e meia e do primeiro trimestre de 2010 mostram que as crónicas sobre a morte da competitividade portuguesa eram claramente exageradas.»
18/05/2010
Conlusão da CEIPAG na compra da TVI
A julgar pelo que tem dito os inquiridos, pelas palavras do "lone ranger" João Semedo e do "sheriff" Pacheco Pereira, a conclusão da Comissão Eventual de Inquérito Parlamentar, à Actuação do Governo na compra da TVI será elaborada nos seguintes moldes:
º «Nós achamos...»
º «Nós cremos...»
º «É nossa convicção...»
º «Julgamos que...»
º «É possível...»
º «Imaginamos que...»
º «É provável...»
º «Talvez...»
Porque nem a própria Justiça foi capaz de o fazer, não me parece esta Comissão consiga fazer constar nessa conclusão a expressão (exigida) "ficou provado de forma cabal que..." ou "perante os factos e as evidências apresentadas conclui-se de forma inequívoca...".
Como dizia alguém (não consigo precisar quem e nem onde) é de facto notório o incómodo de João Bosco da Mota Amaral ao presidir esta Comissão. Nota-se que o escárnio e verborreias proferidas por alguns dos "nossos" representantes democráticos não faz parte da sua cultura política sendo, algumas vezes, obrigado a dar "puxões de orelhas" a meninos mal comportados. Um ex-presidente da Assembleia da República merecia mais - respeito e qualidade.
Continua, assim, a classe política a contribuir para o seu próprio descrédito.
º «Nós achamos...»
º «Nós cremos...»
º «É nossa convicção...»
º «Julgamos que...»
º «É possível...»
º «Imaginamos que...»
º «É provável...»
º «Talvez...»
Porque nem a própria Justiça foi capaz de o fazer, não me parece esta Comissão consiga fazer constar nessa conclusão a expressão (exigida) "ficou provado de forma cabal que..." ou "perante os factos e as evidências apresentadas conclui-se de forma inequívoca...".
Como dizia alguém (não consigo precisar quem e nem onde) é de facto notório o incómodo de João Bosco da Mota Amaral ao presidir esta Comissão. Nota-se que o escárnio e verborreias proferidas por alguns dos "nossos" representantes democráticos não faz parte da sua cultura política sendo, algumas vezes, obrigado a dar "puxões de orelhas" a meninos mal comportados. Um ex-presidente da Assembleia da República merecia mais - respeito e qualidade.
Continua, assim, a classe política a contribuir para o seu próprio descrédito.
17/05/2010
Afinal, em que é que ficamos?
E assim, se continua a descredibilizar a classe política. É incrível como se continuam a repetir situações destas.
João Galamba, deputado do PS, no programa Parlamento da RTP2 levantou a lebre. O DN aproveitou a deixa:
«Dias antes de acusar o ministro Jorge Lacão de negar a realidade da crise como o ministro da Propaganda de Saddam Hussein negou a derrota na guerra, Miguel Frasquilho, o rosto da bancada do PSD para as questões financeiras, assinou um relatório em que elogia a consolidação das contas públicas do Governo de José Sócrates e diz que a queda do rating da dívida portuguesa não reflecte o estado da economia.
[...]
No relatório com o carimbo da Espírito Santo Research, o vice- -presidente da bancada laranja repete alguns dos argumentos do Executivo que ele próprio vem atacando no Parlamento.
[...]
Frasquilho disse ao DN que subscreve integralmente o relatório e que ele é coerente com as suas posições, mas avisou que "em política não vale tudo". O economista notou que se trata de um relatório internacional, "um documento para fora", e acrescentou: "Não me parece que nesta altura de crise que o País atravessa que devesse usar os mesmos argumentos da arena política."»
Mesmo assim, Miguel Frasquilho diz que «em política não vale tudo». Será? Não e isso que mostra!
Se muita gente já tem dificuldade em acreditar nos políticos, mesmo quando eles são sérios e coerentes com as suas posições, mais difícil será quando são os próprios políticos que colocam em contradição os seus actos.
João Galamba, deputado do PS, no programa Parlamento da RTP2 levantou a lebre. O DN aproveitou a deixa:
«Dias antes de acusar o ministro Jorge Lacão de negar a realidade da crise como o ministro da Propaganda de Saddam Hussein negou a derrota na guerra, Miguel Frasquilho, o rosto da bancada do PSD para as questões financeiras, assinou um relatório em que elogia a consolidação das contas públicas do Governo de José Sócrates e diz que a queda do rating da dívida portuguesa não reflecte o estado da economia.
[...]
No relatório com o carimbo da Espírito Santo Research, o vice- -presidente da bancada laranja repete alguns dos argumentos do Executivo que ele próprio vem atacando no Parlamento.
[...]
Frasquilho disse ao DN que subscreve integralmente o relatório e que ele é coerente com as suas posições, mas avisou que "em política não vale tudo". O economista notou que se trata de um relatório internacional, "um documento para fora", e acrescentou: "Não me parece que nesta altura de crise que o País atravessa que devesse usar os mesmos argumentos da arena política."»
Mesmo assim, Miguel Frasquilho diz que «em política não vale tudo». Será? Não e isso que mostra!
Se muita gente já tem dificuldade em acreditar nos políticos, mesmo quando eles são sérios e coerentes com as suas posições, mais difícil será quando são os próprios políticos que colocam em contradição os seus actos.
80ª Feira do Livro de Lisboa - notícia
Uma boa notícia para que gosta de livros...
«Devido a um conjunto de situações atípicas - as condições atmosféricas adversas que se fizeram sentir durante alguns dias, a visita do Papa a Lisboa e as comemorações da vitória do Benfica no Campeonato Nacional - que condicionaram a visita à Feira do Livro de Lisboa, a 80ª Feira do Livro de Lisboa vai ser prolongada até ao próximo dia 23 de Maio.»
«Devido a um conjunto de situações atípicas - as condições atmosféricas adversas que se fizeram sentir durante alguns dias, a visita do Papa a Lisboa e as comemorações da vitória do Benfica no Campeonato Nacional - que condicionaram a visita à Feira do Livro de Lisboa, a 80ª Feira do Livro de Lisboa vai ser prolongada até ao próximo dia 23 de Maio.»
15/05/2010
A verdade da mentira
O Diário de Notícias escreveu:
«O Governo quer tranquilizar os mercados. E nas medidas adicionais do Programa de Estabilidade e Crescimento que entregará segunda-feira em Bruxelas inscreveu uma promessa: "implementar um programa de aprofundamento de reformas estruturais", nomeadamente do "mercado de trabalho, em linha com recomendações da OCDE [Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico)]". »
O Governo desmentiu:
«O Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social esclarece que não é intenção do Governo efectuar qualquer nova reforma do mercado de trabalho, no âmbito das medidas do PEC, ao contrário das notícias hoje veiculadas na imprensa.
O Governo já procedeu a uma reforma profunda, no sentido do reforço da adaptabilidade dos mercados de trabalho, expressa através do Código do Trabalho e que reuniu consenso social. Esta reforma foi posteriormente avaliada de forma muito positiva pelas instituições internacionais, incluindo a OCDE.»
Alguém se esqueceu de avisar no DN que o último relatório da OCDE é de 2009 e não de 2008: «No seu último relatório sobre Portugal, de 2008, a OCDE [...]»
Maurice Duverger, em 1964, escrevia no seu trabalho "Introdução à Política":
«Qualquer facto sensacional faz subir velozmente as tiragens, as audições, as visões e aumenta os lucros. O problema, portanto, é encontrar todos os dias qualquer facto sensacional. Vai-se assim pôr em evidência notícias sem interesse verdadeiro, contando que tenham um embora diminuto lado pitoresco. Se for necessário, aumentam-se os casos anódinos, para lhes dar as honras de grandes títulos de primeira página, o que faz aumentar as vendas. [...] Em política, conduz à dramatização dos problemas para lhes fornecer interesse: excita-se artificialmente o ódio ou o entusiasmo dos povos para fazer subir as tiragens.»
É incrivel como este autor se mantém bastante actual.
Alguns jornalistas deveriam consultar (se possivel com regularidade) a Lei n.º 1/99 de 13 de Janeiro que Aprova o Estatuto do Jornalista.
É este o nosso "Quarto Poder", com vontade de se transformar num "Contrapoder" mas que não passa dum insignificante agente de escárnio.
«O Governo quer tranquilizar os mercados. E nas medidas adicionais do Programa de Estabilidade e Crescimento que entregará segunda-feira em Bruxelas inscreveu uma promessa: "implementar um programa de aprofundamento de reformas estruturais", nomeadamente do "mercado de trabalho, em linha com recomendações da OCDE [Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico)]". »
O Governo desmentiu:
«O Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social esclarece que não é intenção do Governo efectuar qualquer nova reforma do mercado de trabalho, no âmbito das medidas do PEC, ao contrário das notícias hoje veiculadas na imprensa.
O Governo já procedeu a uma reforma profunda, no sentido do reforço da adaptabilidade dos mercados de trabalho, expressa através do Código do Trabalho e que reuniu consenso social. Esta reforma foi posteriormente avaliada de forma muito positiva pelas instituições internacionais, incluindo a OCDE.»
Alguém se esqueceu de avisar no DN que o último relatório da OCDE é de 2009 e não de 2008: «No seu último relatório sobre Portugal, de 2008, a OCDE [...]»
Maurice Duverger, em 1964, escrevia no seu trabalho "Introdução à Política":
«Qualquer facto sensacional faz subir velozmente as tiragens, as audições, as visões e aumenta os lucros. O problema, portanto, é encontrar todos os dias qualquer facto sensacional. Vai-se assim pôr em evidência notícias sem interesse verdadeiro, contando que tenham um embora diminuto lado pitoresco. Se for necessário, aumentam-se os casos anódinos, para lhes dar as honras de grandes títulos de primeira página, o que faz aumentar as vendas. [...] Em política, conduz à dramatização dos problemas para lhes fornecer interesse: excita-se artificialmente o ódio ou o entusiasmo dos povos para fazer subir as tiragens.»
É incrivel como este autor se mantém bastante actual.
Alguns jornalistas deveriam consultar (se possivel com regularidade) a Lei n.º 1/99 de 13 de Janeiro que Aprova o Estatuto do Jornalista.
É este o nosso "Quarto Poder", com vontade de se transformar num "Contrapoder" mas que não passa dum insignificante agente de escárnio.
13/05/2010
O próximo Primeiro-ministro
Dia 13 de Maio, um dia importante para os católicos, foi também um dia importante para o líder do PSD, Pedro Passos Coelho.
Chegou a S. Bento pela manhã a sorrir aos jornalistas e saiu 1h30 depois a "esfregar as mãos" com a certeza de que será o próximo Primeiro-ministro português.
Não que tenha feito alguma coisa para isso. José Sócrates "entregou o jogo" com as medidas que o Governo hoje aprovou.
(Além disso foi muito infeliz no exemplo da "Coca-Cola" que também está taxada com 5% de IVA.)
A prova evidente dessa percepção foi a conferência de imprensa de Passos Coelho. Pediu desculpa aos portugueses e foi muito claro quando se referiu à "distinção" entre ele e José Sócrates.
Também Paulo Portas tem razões para sorrir. Conseguiu, na sua reacção às medidas de austeridade, tocar em pontos sensíveis e com isso deixar no ar um cenário bastante negativo destas medidas: um "bombardeamento fiscal"!
Ainda teve tempo para chamar mentiroso a José Sócrates quando este disse que todos os países na Europa estão a tomar as mesmas medidas de austeridade.
Dá para tudo...
E pelos vistos, nem o "novo PEC" serviu para animar os mercados: «O PSI 20, principal índice da Bolsa portuguesa, encerrou a sessão de hoje no vermelho, a recuar 0,77%, para 7.324,05 pontos.»
E o Euro voltou a cair...
Chegou a S. Bento pela manhã a sorrir aos jornalistas e saiu 1h30 depois a "esfregar as mãos" com a certeza de que será o próximo Primeiro-ministro português.
Não que tenha feito alguma coisa para isso. José Sócrates "entregou o jogo" com as medidas que o Governo hoje aprovou.
(Além disso foi muito infeliz no exemplo da "Coca-Cola" que também está taxada com 5% de IVA.)
A prova evidente dessa percepção foi a conferência de imprensa de Passos Coelho. Pediu desculpa aos portugueses e foi muito claro quando se referiu à "distinção" entre ele e José Sócrates.
Também Paulo Portas tem razões para sorrir. Conseguiu, na sua reacção às medidas de austeridade, tocar em pontos sensíveis e com isso deixar no ar um cenário bastante negativo destas medidas: um "bombardeamento fiscal"!
Ainda teve tempo para chamar mentiroso a José Sócrates quando este disse que todos os países na Europa estão a tomar as mesmas medidas de austeridade.
Dá para tudo...
E pelos vistos, nem o "novo PEC" serviu para animar os mercados: «O PSI 20, principal índice da Bolsa portuguesa, encerrou a sessão de hoje no vermelho, a recuar 0,77%, para 7.324,05 pontos.»
E o Euro voltou a cair...
12/05/2010
Era bom demais para ser verdade
Hoje o INE deu-nos uma boa notícia:
«A Estimativa Rápida do Produto Interno Bruto (PIB) aponta para um aumento de 1,7% em volume no 1º trimestre de 2010 face ao período homólogo, o que compara com a variação de -1,1% registada no trimestre anterior. Face ao trimestre precedente o PIB terá registado um aumento de 1,0%.
O aumento do PIB em termos homólogos no 1º trimestre esteve parcialmente associado a um efeito de base (o PIB no 1º trimestre de 2009 diminuiu 3,7%), verificando-se uma melhoria dos contributos da Procura Interna e da Procura Externa Líquida, mais intensa no primeiro caso.»
Amanhã o Governo dar-nos-á uma má notícia:
«Neste plano mais ambicioso está o aumento da carga fiscal, e que começará pelos rendimentos de trabalho, para além do que já se paga em IRS, será criada uma tributação autónoma a título extraordinário para todos.
A taxa a aplicar será de 1% para quem ganhar até cinco salários mínimos, ou seja, 2375 euros por mês. Quem ganhar acima disto pagará 1,5% de imposto extraordinário todo os meses.
[...]
Mas há mais. O IVA vai subir de 20 para 21% - um dado avançado pela TVI e confirmado pelo Governo -, mas não se fica por aqui: há um aumento que também se vai aplicar aos produtos de primeira necessidade que sobe de 5 para 6%; nos restaurantes o IVA aumenta para os 13%.»
Parece-me que com esta decisão o Governo (apoiado ou a reboque do PSD) dará um passo atrás ao que foi atingido no 1º trimestre.
Não é preciso ser economista para perceber que o aumento da carga fiscal, mesmo que fosse só do IVA (e vai haver muita gente a aproveitar-se disso, a minha memória não é tão curta como a de alguns), irá provocar uma contracção no consumo.
A "Procura Interna" vai reduzir significativamente e, naturalmente, com consequências óbvias no PIB.
Terá também repercussões na "Procura Externa" com o aumento no custo das matérias primas!
A acabar de escrever este texto vejo alguém, que até percebe do assunto, a alertar para esse risco:
«Mas «reduzir o défice irá travar o crescimento», frisa o economista [António Perez Metelo]. «O rendimento disponível dos portugueses vai ser menor»: a acrescentar ao imposto generalizado de 1% a 1,5% sobre os salários, o aumento do IVA também irá penalizar o bolso, e «travar o consumo».»
Depois dos resultados divulgados relativos ao 1º trimestre de 2010, uma medida destas parece-me uma precipitação que nos poderá trazer alguns dissabores (económicos, políticos e sociais)!
Parece-me que, talvez por influência da visita papal, Portugal está a querer ser "mais papista que o papa"!
Eu lembro-me disto a 30 de Abril:
«O primeiro ministro, José Sócrates, garantiu hoje que o Governo não vai aumentar o IVA, justificando que essa medida que não está prevista no Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC), documento que se comprometeu a cumprir fielmente.
"O que vamos fazer é o que está no PEC. A senhora deputada vê lá o aumento do IVA? Não vê", disse o primeiro ministro no debate quinzenal no Parlamento, perante a insistência da deputada do Partido Ecologista "Os Verdes", Heloísa Apolónia.
"Estamos confiantes e seremos fiéis ao nosso programa. São essas medidas que importam tomar", sustentou José Sócrates.»
Hesito... e muito!!
«A Estimativa Rápida do Produto Interno Bruto (PIB) aponta para um aumento de 1,7% em volume no 1º trimestre de 2010 face ao período homólogo, o que compara com a variação de -1,1% registada no trimestre anterior. Face ao trimestre precedente o PIB terá registado um aumento de 1,0%.
O aumento do PIB em termos homólogos no 1º trimestre esteve parcialmente associado a um efeito de base (o PIB no 1º trimestre de 2009 diminuiu 3,7%), verificando-se uma melhoria dos contributos da Procura Interna e da Procura Externa Líquida, mais intensa no primeiro caso.»
Amanhã o Governo dar-nos-á uma má notícia:
«Neste plano mais ambicioso está o aumento da carga fiscal, e que começará pelos rendimentos de trabalho, para além do que já se paga em IRS, será criada uma tributação autónoma a título extraordinário para todos.
A taxa a aplicar será de 1% para quem ganhar até cinco salários mínimos, ou seja, 2375 euros por mês. Quem ganhar acima disto pagará 1,5% de imposto extraordinário todo os meses.
[...]
Mas há mais. O IVA vai subir de 20 para 21% - um dado avançado pela TVI e confirmado pelo Governo -, mas não se fica por aqui: há um aumento que também se vai aplicar aos produtos de primeira necessidade que sobe de 5 para 6%; nos restaurantes o IVA aumenta para os 13%.»
Parece-me que com esta decisão o Governo (apoiado ou a reboque do PSD) dará um passo atrás ao que foi atingido no 1º trimestre.
Não é preciso ser economista para perceber que o aumento da carga fiscal, mesmo que fosse só do IVA (e vai haver muita gente a aproveitar-se disso, a minha memória não é tão curta como a de alguns), irá provocar uma contracção no consumo.
A "Procura Interna" vai reduzir significativamente e, naturalmente, com consequências óbvias no PIB.
Terá também repercussões na "Procura Externa" com o aumento no custo das matérias primas!
A acabar de escrever este texto vejo alguém, que até percebe do assunto, a alertar para esse risco:
«Mas «reduzir o défice irá travar o crescimento», frisa o economista [António Perez Metelo]. «O rendimento disponível dos portugueses vai ser menor»: a acrescentar ao imposto generalizado de 1% a 1,5% sobre os salários, o aumento do IVA também irá penalizar o bolso, e «travar o consumo».»
Depois dos resultados divulgados relativos ao 1º trimestre de 2010, uma medida destas parece-me uma precipitação que nos poderá trazer alguns dissabores (económicos, políticos e sociais)!
Parece-me que, talvez por influência da visita papal, Portugal está a querer ser "mais papista que o papa"!
Eu lembro-me disto a 30 de Abril:
«O primeiro ministro, José Sócrates, garantiu hoje que o Governo não vai aumentar o IVA, justificando que essa medida que não está prevista no Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC), documento que se comprometeu a cumprir fielmente.
"O que vamos fazer é o que está no PEC. A senhora deputada vê lá o aumento do IVA? Não vê", disse o primeiro ministro no debate quinzenal no Parlamento, perante a insistência da deputada do Partido Ecologista "Os Verdes", Heloísa Apolónia.
"Estamos confiantes e seremos fiéis ao nosso programa. São essas medidas que importam tomar", sustentou José Sócrates.»
Hesito... e muito!!
11/05/2010
Visita de Bento XVI vista por um ateu.
Não posso começar este texto sem fazer uma "declaração de interesses": Sou ateu, reconheço a liberdade de cada um em acreditar no que quiser (não sou radical ao ponto de impingir a minha visão a outros) e o meu único interesse nas religiões estão relacionados com história e política.
Feita esta "introdução", necessária para a compreensão do texto, aproveito a visita de Benedictus XVI a Portugal para tecer umas pequenas considerações.
Algumas pessoas, e com toda a legitimidade que lhes assiste, aproveitaram esta visita dum chefe de Estado - quer queiramos ou não, e por mais interpretações literais que se tentem fazer dos conceitos de Estado ou Nação, o Vaticano é um enclave reconhecido como tal há muitos séculos - para encostar o Estado à Igreja e assim acusar o Governo de ignorar a laicidade do Estado português.
(Hoje em dia, tudo serve para apontar o dedo ao Governo...)
Esta separação do Estado e da Igreja, que começa por ser teorizada por Maquiavel, passando por John Locke e outros que lhes seguiram, ainda que tentem demonstrar o contrário, está patente no actual Estado português. Mas é preciso que se compreenda que para que a separação continue a ser válida em Portugal não é preciso voltarmos à I República (1910-1926) e reavivar a perseguição que o Estado fez à Igreja, nomeadamente as que vieram na sequência da publicação dum decreto de 20 de Abril de 1911 com o nome "Lei da Separação do Estado das Igrejas" que resultou em expropriações das ordens religiosas, prisões ou mesmo na morte de membros religiosos.
Mas, e mantendo a sua laicidade, não deve o Estado repudiar as Igrejas e a importância que estas têm na Sociedade, considerando sempre a proporcionalidade da população crente. Neste caso específico, por isso, não deve o Estado ignorar que, segundo os valores adiantados na comunicação social, mais de 80% da sua população se assume como católica.
Por isso, não encontro qualquer problema nem percebo as críticas feitas à tolerância de ponto concedida pelo Governo aos seus funcionários para que estes, se o entenderem, possam celebrar ou praticar de forma diferente da habitual a sua religiosidade.
Além disso, e porque o argumento é sempre a "produtividade" (desta vez até os sindicatos se manifestaram contra), é preciso ter em conta que a produtividade numa organização não passa única e exclusivamente pelas 7 ou 8 horas de trabalho diário.
A produtividade é o resultado duma equação complexa conjugando factores como as horas de trabalho, condições de trabalho, motivação, cultura (organizacional) e aptidão.
Por isso, não possível argumentar ou defender de forma séria que este dia de tolerância terá um impacto negativo na produtividade dos serviços do Estado, ainda quando, e apenas como exemplo, dois feriados nacionais como o 25 de Abril e o 1 de Maio este ano coincidiram com sábados (dia de descanso para a grande maioria dos funcionários do Estado).
Aliado a isso, há também que ter em consideração o facto deste dia poder gerar receitas ao Estado: combustíveis, transportes, restauração, alojamento, comércio em geral (com certeza resultado de muitas visitas aos centros comerciais).
Também a fazer fé em valores que correm à boca cheia (não tive oportunidade de o confirmar) parece que em Portugal durante o ano passado o turismo religioso fez movimentar mais de 700 milhões de euros.
Um outro argumento é a despesa do Estado (incrível como se encontram tantos milhões em despesas e nenhuns em receitas) com esta visita - policias, força aérea, marinha, INEM, etc.
Considerando que esta visita é: a) sem qualquer sombra de dúvida, a mais mediática de sempre (a seguir às visitas do Presidente norte-americano) e que por isso coloca Portugal sob os olhares atentos de toda a comunidade internacional (religiosa e não religiosa); b) que tem eventualmente um impacto económico ao nível das receitas bastante auspicioso; c) que envolve alguns riscos de segurança não só para o chefe de Estado do Vaticano mas principalmente para os milhares (ou milhões) que o seguirão nesta estadia; não me parece que o custo seja mais alto que o beneficio.
Não posso ficar surpreendido ou chocado com o número elevado de recursos que uma operação de segurança desta envergadura, se recordar uma cimeira realizada recentemente com os chefes de Estado da Europa e de África ou a Presidência Portuguesa do Conselho União Europeia (6 meses), ambas também de alto risco e que envolveram um considerável número de agentes de segurança.
Ou até mesmo se considerar que para jogo de futebol entre Benfica, Porto e Sporting (8 "derbys" durante um campeonato) são destacados, para cada um desses dias, entre 600 a 750 policias.
E não me recordo que nenhumas destas "operações" tenham sido alvo de críticas tão inflamadas.
Em suma, como português e como ateu, não posso deixar de considerar como positiva a vinda deste chefe da Igreja Católica a este canto esquecido no mundo que é Portugal.
Feita esta "introdução", necessária para a compreensão do texto, aproveito a visita de Benedictus XVI a Portugal para tecer umas pequenas considerações.
Algumas pessoas, e com toda a legitimidade que lhes assiste, aproveitaram esta visita dum chefe de Estado - quer queiramos ou não, e por mais interpretações literais que se tentem fazer dos conceitos de Estado ou Nação, o Vaticano é um enclave reconhecido como tal há muitos séculos - para encostar o Estado à Igreja e assim acusar o Governo de ignorar a laicidade do Estado português.
(Hoje em dia, tudo serve para apontar o dedo ao Governo...)
Esta separação do Estado e da Igreja, que começa por ser teorizada por Maquiavel, passando por John Locke e outros que lhes seguiram, ainda que tentem demonstrar o contrário, está patente no actual Estado português. Mas é preciso que se compreenda que para que a separação continue a ser válida em Portugal não é preciso voltarmos à I República (1910-1926) e reavivar a perseguição que o Estado fez à Igreja, nomeadamente as que vieram na sequência da publicação dum decreto de 20 de Abril de 1911 com o nome "Lei da Separação do Estado das Igrejas" que resultou em expropriações das ordens religiosas, prisões ou mesmo na morte de membros religiosos.
Mas, e mantendo a sua laicidade, não deve o Estado repudiar as Igrejas e a importância que estas têm na Sociedade, considerando sempre a proporcionalidade da população crente. Neste caso específico, por isso, não deve o Estado ignorar que, segundo os valores adiantados na comunicação social, mais de 80% da sua população se assume como católica.
Por isso, não encontro qualquer problema nem percebo as críticas feitas à tolerância de ponto concedida pelo Governo aos seus funcionários para que estes, se o entenderem, possam celebrar ou praticar de forma diferente da habitual a sua religiosidade.
Além disso, e porque o argumento é sempre a "produtividade" (desta vez até os sindicatos se manifestaram contra), é preciso ter em conta que a produtividade numa organização não passa única e exclusivamente pelas 7 ou 8 horas de trabalho diário.
A produtividade é o resultado duma equação complexa conjugando factores como as horas de trabalho, condições de trabalho, motivação, cultura (organizacional) e aptidão.
Por isso, não possível argumentar ou defender de forma séria que este dia de tolerância terá um impacto negativo na produtividade dos serviços do Estado, ainda quando, e apenas como exemplo, dois feriados nacionais como o 25 de Abril e o 1 de Maio este ano coincidiram com sábados (dia de descanso para a grande maioria dos funcionários do Estado).
Aliado a isso, há também que ter em consideração o facto deste dia poder gerar receitas ao Estado: combustíveis, transportes, restauração, alojamento, comércio em geral (com certeza resultado de muitas visitas aos centros comerciais).
Também a fazer fé em valores que correm à boca cheia (não tive oportunidade de o confirmar) parece que em Portugal durante o ano passado o turismo religioso fez movimentar mais de 700 milhões de euros.
Um outro argumento é a despesa do Estado (incrível como se encontram tantos milhões em despesas e nenhuns em receitas) com esta visita - policias, força aérea, marinha, INEM, etc.
Considerando que esta visita é: a) sem qualquer sombra de dúvida, a mais mediática de sempre (a seguir às visitas do Presidente norte-americano) e que por isso coloca Portugal sob os olhares atentos de toda a comunidade internacional (religiosa e não religiosa); b) que tem eventualmente um impacto económico ao nível das receitas bastante auspicioso; c) que envolve alguns riscos de segurança não só para o chefe de Estado do Vaticano mas principalmente para os milhares (ou milhões) que o seguirão nesta estadia; não me parece que o custo seja mais alto que o beneficio.
Não posso ficar surpreendido ou chocado com o número elevado de recursos que uma operação de segurança desta envergadura, se recordar uma cimeira realizada recentemente com os chefes de Estado da Europa e de África ou a Presidência Portuguesa do Conselho União Europeia (6 meses), ambas também de alto risco e que envolveram um considerável número de agentes de segurança.
Ou até mesmo se considerar que para jogo de futebol entre Benfica, Porto e Sporting (8 "derbys" durante um campeonato) são destacados, para cada um desses dias, entre 600 a 750 policias.
E não me recordo que nenhumas destas "operações" tenham sido alvo de críticas tão inflamadas.
Em suma, como português e como ateu, não posso deixar de considerar como positiva a vinda deste chefe da Igreja Católica a este canto esquecido no mundo que é Portugal.
10/05/2010
Velhas glórias
No dia em que foram recebidos dez "velhas glórias" das finanças portuguesas como Hernâni Lopes, Eduardo Catroga, Manuela Ferreira Leite e o "grande" Medina Carreira, sem contar com Cavaco Silva, um rol de ex-ministros das Finanças de Governos PSD (exceptuando Pina Moura e Cunha e Campos, o ministro dos 4 meses), lembrei-me de evocar dois textos. Um de Goethe e outro de Ricardo Reis.
O primeiro, e tomando em consideração a declaração feita após este encontro, «[...] os ex-ministros defenderam - sem especificar quais - medidas "adequadas e urgentes" para resolver "os problemas actuais"» consegue duma forma muito sucinta resumir o trabalho destes senhores à frente do ministério e nas suas mais recentes intervenções:
«pensar é fácil, agir é difícil, mas agir em harmonia com o que se pensa é o que há de mais difícil no mundo».
Lembrando-me que um dos critérios de Norberto Bobbio para a distinção entre esquerda e direita, talvez o mais significativo, é a diferença de atitude dos homens face ao ideal de igualdade, fui à procura entre os meus recortes dum ensaio publicado no jornal i publicado em Julho de 2009, em vésperas de eleições legislativas. O ensaio do Prof Ricardo Reis, em determinada altura, reza assim:
«[...] Além da economia, a ideologia conta muito para a despesa do Estado. Este é um dos temas políticos mais ferozmente debatidos entre quem prefere um Estado mais ou menos intervencionista na economia e na sociedade. Sendo o PSD o partido à direita, esperaríamos que o crescimento do Estado fosse mais moderado quando está no poder. Mas os dados revelam uma realidade surpreendente. Quando o PSD está no poder, o monstro cresce em média 0,35% por ano, enquanto quando é o PS no poder a despesa cresce apenas 0,25% por ano. Se olharmos só para o efeito do partido no poder na despesa pública para além do efeito das variáveis económicas, então o contributo do PSD para o monstro é ainda maior, o dobro do que o do PS. Olhando para os quatro governos individualmente, o maior aumento na despesa veio durante os governos de Durão Barroso e Santana Lopes: 0,48% por ano. Segue-se-lhe o governo de Cavaco Silva com 0,32%, António Guterres com 0,31%, e por fim José Sócrates com um aumento de apenas 0,14%. Se excluirmos o enorme aumento na despesa no primeiro trimestre de 2009 associado à crise, o governo de José Sócrates e dos ministros Campos e Cunha e Teixeira dos Santos teria a rara distinção de ser o único governo que reduziu o tamanho do monstro, de 21,5% do PIB quando tomou posse para 21% no final de 2008.»
O primeiro, e tomando em consideração a declaração feita após este encontro, «[...] os ex-ministros defenderam - sem especificar quais - medidas "adequadas e urgentes" para resolver "os problemas actuais"» consegue duma forma muito sucinta resumir o trabalho destes senhores à frente do ministério e nas suas mais recentes intervenções:
«pensar é fácil, agir é difícil, mas agir em harmonia com o que se pensa é o que há de mais difícil no mundo».
Lembrando-me que um dos critérios de Norberto Bobbio para a distinção entre esquerda e direita, talvez o mais significativo, é a diferença de atitude dos homens face ao ideal de igualdade, fui à procura entre os meus recortes dum ensaio publicado no jornal i publicado em Julho de 2009, em vésperas de eleições legislativas. O ensaio do Prof Ricardo Reis, em determinada altura, reza assim:
«[...] Além da economia, a ideologia conta muito para a despesa do Estado. Este é um dos temas políticos mais ferozmente debatidos entre quem prefere um Estado mais ou menos intervencionista na economia e na sociedade. Sendo o PSD o partido à direita, esperaríamos que o crescimento do Estado fosse mais moderado quando está no poder. Mas os dados revelam uma realidade surpreendente. Quando o PSD está no poder, o monstro cresce em média 0,35% por ano, enquanto quando é o PS no poder a despesa cresce apenas 0,25% por ano. Se olharmos só para o efeito do partido no poder na despesa pública para além do efeito das variáveis económicas, então o contributo do PSD para o monstro é ainda maior, o dobro do que o do PS. Olhando para os quatro governos individualmente, o maior aumento na despesa veio durante os governos de Durão Barroso e Santana Lopes: 0,48% por ano. Segue-se-lhe o governo de Cavaco Silva com 0,32%, António Guterres com 0,31%, e por fim José Sócrates com um aumento de apenas 0,14%. Se excluirmos o enorme aumento na despesa no primeiro trimestre de 2009 associado à crise, o governo de José Sócrates e dos ministros Campos e Cunha e Teixeira dos Santos teria a rara distinção de ser o único governo que reduziu o tamanho do monstro, de 21,5% do PIB quando tomou posse para 21% no final de 2008.»
Memória jornalística
Além das debilidades deontológicas que encontramos todos os dias numa grande parte do jornalismo português, uma outra que me parece cada vez mais recorrente é a falta de memória nas redacções.
No processo de consulta bibliográfica para a elaboração duma tese académica, encontrei esta pequena citação de um editor na tese de doutoramento de Estrela Serrano (2005) que, ainda que possa não constituir novidade para algumas pessoas, me parece importante e apresenta uma (senão a principal) razão para essa perda de história editorial:
«Por debilidade financeira das empresas retiram-se das redacções as pessoas mais velhas para pagar menos aos jovens jornalistas. Perdeu-se uma certa memória nos jornais que produz esse efeito que é os jornalistas serem mais novos – a juventude está muito afastada da política – e essa cultura é trazida para os jornais, (…) o afastamento das pessoas mais velhas nota-se nas decisões. Em Portugal é quase impossível uma pessoa com idade mais avançada ter espaço para se afirmar profissionalmente.»
Para quem se interessa por jornalismo e política, recomendo a consulta da referida tese.
Jornalismo Político em Portugal
A cobertura de eleições presidenciais na imprensa e na televisão (1976-2001)
Edições Colibri.
(Aproveitem a feira do livro. Está lá com um preço muito bom!)
No processo de consulta bibliográfica para a elaboração duma tese académica, encontrei esta pequena citação de um editor na tese de doutoramento de Estrela Serrano (2005) que, ainda que possa não constituir novidade para algumas pessoas, me parece importante e apresenta uma (senão a principal) razão para essa perda de história editorial:
«Por debilidade financeira das empresas retiram-se das redacções as pessoas mais velhas para pagar menos aos jovens jornalistas. Perdeu-se uma certa memória nos jornais que produz esse efeito que é os jornalistas serem mais novos – a juventude está muito afastada da política – e essa cultura é trazida para os jornais, (…) o afastamento das pessoas mais velhas nota-se nas decisões. Em Portugal é quase impossível uma pessoa com idade mais avançada ter espaço para se afirmar profissionalmente.»
Para quem se interessa por jornalismo e política, recomendo a consulta da referida tese.
Jornalismo Político em Portugal
A cobertura de eleições presidenciais na imprensa e na televisão (1976-2001)
Edições Colibri.
(Aproveitem a feira do livro. Está lá com um preço muito bom!)
09/05/2010
Acabou a crise...
... pelo menos durante 2 semanas. O tempo em que só se falará de futebol e do Benfica.
Durante os próximos meses veremos benfiquistas de peito inchado, lá os teremos de gramar como se tivessem sido campeões europeus ou como se o mundo fosse deles, mas nos próximos 15 dias todos os outros problemas ficarão esquecidos!...
Desde que haja "bola", o povo fica satisfeito... parabéns aos benfiquistas, e parabéns ao Braga que provou que com muito pouco se pode fazer muito e bem!!
Curiosamente, o Belenenses só acordou no final do campeonato... só por isso, deviam haver mais jogos!
Durante os próximos meses veremos benfiquistas de peito inchado, lá os teremos de gramar como se tivessem sido campeões europeus ou como se o mundo fosse deles, mas nos próximos 15 dias todos os outros problemas ficarão esquecidos!...
Desde que haja "bola", o povo fica satisfeito... parabéns aos benfiquistas, e parabéns ao Braga que provou que com muito pouco se pode fazer muito e bem!!
Curiosamente, o Belenenses só acordou no final do campeonato... só por isso, deviam haver mais jogos!
07/05/2010
Gato escondido com o rabo de fora
Em Março, Diogo Moreira alertava para os riscos das sondagens no "novo" PSD.
A seguir, todos ficámos deslumbrados com o discurso responsável e a (aparente) acalmia do PSD preocupado com a situação grave do país e a sua disponibilidade para «ajudar o país neste momento difícil».
Mas parece-me, e porque agora a «Oposição prepara-se para concluir que Sócrates mentiu ao Parlamento» (com base em opiniões, suposições e imaginações), o discurso do PSD está a voltar ao tom radical proferido por Passos Coelho durante os seus dois anos de campanha eleitoral interna: «O porta-voz do PSD, Miguel Relvas, não fecha a porta à apresentação de uma moção de censura caso o Governo mantenha a aposta nas grandes obras públicas». No entanto, e tentado manter o espectro da responsabilidade, «assume que eleições antecipadas e uma crise política não fazem parte da estratégia do maior partido da oposição».
Estou em crer que não faz parte da estratégia, mas se acontecer agora será muito bem vinda para os dirigentes do PSD.
Porque para o PSD, a solução para o país passa por um "encerramento temporário" da actividade económica em que as grandes obras públicas deveriam ser substituídas com medidas de grande alcance como, por exemplo, «uma nova lei das rendas», além da clara chantagem que estão a exercer sobre o país e sobre o Governo, parece-me que os sociais democratas começam agora a mostrar ter retomado a sua opção por um caminho de contradição.
Julgo que o PSD ainda não conseguiu mostrar quais são as grandes medidas necessárias a Portugal para enfrentar os problemas.
A julgar pela distribuição de "pastas" no «governo-sombra» do PSD, não me parece que as vamos conhecer tão cedo.
Comentando as mais recentes sondagens em que o PSD surge à frente do PS não posso deixar de registar a diferença entre os resultados da Eurosondagem e da Marktest:
Eurosondagem
PS: 36%
PSD: 28,5%
CDS-PP: 13,1%
CDU: 8,2%
BE: 8%
Marktest
PSD: 39,8%
PS: 34%
BE: 8,3%
CDU: 7,2%
CDS: 4,5%
Deve-se no entanto considerar o espaço temporal entre ambas. 8/13.04 a primeira e 20/25.04 a segunda.
Ainda assim é importante não esquecer que esta situação, ainda que o tenham feito crer, não é inédita (mais uma evidência do fraco jornalismo que se vive em Portugal):
«A três meses das eleições legislativas, e três semanas depois das europeias, o PSD passa pela primeira vez para a frente do marcador que dita o novo Governo. Num jogo em que o empate técnico continua a marcar a análise, a sondagem dá agora uma ligeira vantagem ao partido de Ferreira Leite, que sobe sete pontos em relação ao mês passado (de 28,3% para 35,8%) e vê os socialistas perderem dois pontos nas intenções de voto (de 36,3% para 34,5%).»
E depois foi o que se viu.
Julgo no entanto, importantes as considerações de Pedro Magalhães.
A seguir, todos ficámos deslumbrados com o discurso responsável e a (aparente) acalmia do PSD preocupado com a situação grave do país e a sua disponibilidade para «ajudar o país neste momento difícil».
Mas parece-me, e porque agora a «Oposição prepara-se para concluir que Sócrates mentiu ao Parlamento» (com base em opiniões, suposições e imaginações), o discurso do PSD está a voltar ao tom radical proferido por Passos Coelho durante os seus dois anos de campanha eleitoral interna: «O porta-voz do PSD, Miguel Relvas, não fecha a porta à apresentação de uma moção de censura caso o Governo mantenha a aposta nas grandes obras públicas». No entanto, e tentado manter o espectro da responsabilidade, «assume que eleições antecipadas e uma crise política não fazem parte da estratégia do maior partido da oposição».
Estou em crer que não faz parte da estratégia, mas se acontecer agora será muito bem vinda para os dirigentes do PSD.
Porque para o PSD, a solução para o país passa por um "encerramento temporário" da actividade económica em que as grandes obras públicas deveriam ser substituídas com medidas de grande alcance como, por exemplo, «uma nova lei das rendas», além da clara chantagem que estão a exercer sobre o país e sobre o Governo, parece-me que os sociais democratas começam agora a mostrar ter retomado a sua opção por um caminho de contradição.
Julgo que o PSD ainda não conseguiu mostrar quais são as grandes medidas necessárias a Portugal para enfrentar os problemas.
A julgar pela distribuição de "pastas" no «governo-sombra» do PSD, não me parece que as vamos conhecer tão cedo.
Comentando as mais recentes sondagens em que o PSD surge à frente do PS não posso deixar de registar a diferença entre os resultados da Eurosondagem e da Marktest:
Eurosondagem
PS: 36%
PSD: 28,5%
CDS-PP: 13,1%
CDU: 8,2%
BE: 8%
Marktest
PSD: 39,8%
PS: 34%
BE: 8,3%
CDU: 7,2%
CDS: 4,5%
Deve-se no entanto considerar o espaço temporal entre ambas. 8/13.04 a primeira e 20/25.04 a segunda.
Ainda assim é importante não esquecer que esta situação, ainda que o tenham feito crer, não é inédita (mais uma evidência do fraco jornalismo que se vive em Portugal):
«A três meses das eleições legislativas, e três semanas depois das europeias, o PSD passa pela primeira vez para a frente do marcador que dita o novo Governo. Num jogo em que o empate técnico continua a marcar a análise, a sondagem dá agora uma ligeira vantagem ao partido de Ferreira Leite, que sobe sete pontos em relação ao mês passado (de 28,3% para 35,8%) e vê os socialistas perderem dois pontos nas intenções de voto (de 36,3% para 34,5%).»
E depois foi o que se viu.
Julgo no entanto, importantes as considerações de Pedro Magalhães.
06/05/2010
Quem é que acredita?
Sempre ouvi dizer "os professores querem ser avaliados, mas não querem é o modelo apresentado"!
E nunca acreditei!
Não generalizo mas há uma fatia considerável de professores que não querem mesmo, de facto, ser avaliados! Seja com que modelo for!
A começar pelos "professores" profissionais da Fenprof (alguns já nem se lembram o que é uma sala de aulas ou uma turma de alunos)!
«A Fenprof anunciou na terça feira que o Tribunal Administrativo e Fiscal (TAF) de Beja decretou uma providência cautelar no sentido da não consideração da avaliação de desempenho no concurso de colocação de professores, cuja fase de aperfeiçoamento das candidaturas termina hoje.»
A Fenprof, liderada pelo sedento de «guerra» (a palavra é dele) Mário Nogueira, e com sede na Rua Fialho de Almeida nº 3 - 1070-128 Lisboa, foi a Beja (pergunto-me porquê ir tão longe quando em Lisboa há tribunais?!) para interpor uma providência cautelar contra o concurso de colocação de professores só porque este leva em consideração a avaliação de desempenho.
Ora se um individuo, que não deveria estar à frente dum sindicato mas sim dum pelotão militar, vai de Lisboa a Beja para tentar parar um concurso só porque este leva em consideração a avaliação de quem concorre, de quem tem uma relação laboral (trabalho/objectivo em troca de remuneração), então tentem explicar novamente que os "os professores querem ser avaliados, mas não querem é o modelo apresentado"...
Mas quem é que ainda acredita neste individuo, que só está bem "guerra", quando tenta convencer a sociedade de que os professores querem ser avaliados?
Eu não acredito! E parafraseando a Sra. Manuela Ferreira Leite noutra situação: «Vê-se mesmo que estava a mentir»!
Também não acredito que todos os professores se revejam nas atitudes da Fenprof ou nos fetiches do Sr. Mário Nogueira.
... E é este individuo que se prepara para tomar o lugar de Carvalho da Silva na CGTP. Quando isso acontecer, a maior central sindical portuguesa, que toma já um caminho descendente, aterra de vez!
Sr. Nogueira: o PREC, esse, já lá vai! Deixe de defender os seus interesses (aspirações a pretender ser o que nunca será) e defenda os interesses da classe!
Mais e melhores professores onde o mérito é premiado! E para isso, uma avaliação de desempenho nunca poderá ser apenas um pro forma.
Já tresanda...
E nunca acreditei!
Não generalizo mas há uma fatia considerável de professores que não querem mesmo, de facto, ser avaliados! Seja com que modelo for!
A começar pelos "professores" profissionais da Fenprof (alguns já nem se lembram o que é uma sala de aulas ou uma turma de alunos)!
«A Fenprof anunciou na terça feira que o Tribunal Administrativo e Fiscal (TAF) de Beja decretou uma providência cautelar no sentido da não consideração da avaliação de desempenho no concurso de colocação de professores, cuja fase de aperfeiçoamento das candidaturas termina hoje.»
A Fenprof, liderada pelo sedento de «guerra» (a palavra é dele) Mário Nogueira, e com sede na Rua Fialho de Almeida nº 3 - 1070-128 Lisboa, foi a Beja (pergunto-me porquê ir tão longe quando em Lisboa há tribunais?!) para interpor uma providência cautelar contra o concurso de colocação de professores só porque este leva em consideração a avaliação de desempenho.
Ora se um individuo, que não deveria estar à frente dum sindicato mas sim dum pelotão militar, vai de Lisboa a Beja para tentar parar um concurso só porque este leva em consideração a avaliação de quem concorre, de quem tem uma relação laboral (trabalho/objectivo em troca de remuneração), então tentem explicar novamente que os "os professores querem ser avaliados, mas não querem é o modelo apresentado"...
Mas quem é que ainda acredita neste individuo, que só está bem "guerra", quando tenta convencer a sociedade de que os professores querem ser avaliados?
Eu não acredito! E parafraseando a Sra. Manuela Ferreira Leite noutra situação: «Vê-se mesmo que estava a mentir»!
Também não acredito que todos os professores se revejam nas atitudes da Fenprof ou nos fetiches do Sr. Mário Nogueira.
... E é este individuo que se prepara para tomar o lugar de Carvalho da Silva na CGTP. Quando isso acontecer, a maior central sindical portuguesa, que toma já um caminho descendente, aterra de vez!
Sr. Nogueira: o PREC, esse, já lá vai! Deixe de defender os seus interesses (aspirações a pretender ser o que nunca será) e defenda os interesses da classe!
Mais e melhores professores onde o mérito é premiado! E para isso, uma avaliação de desempenho nunca poderá ser apenas um pro forma.
Já tresanda...
04/05/2010
Mudança Britânica II
Dentro de dois dia os ingleses vão a votos e as incertezas mantêm-se. Há sondagens para todos os gostos (esta, esta ou esta), mas esta da Ipsos MORI feita para a Reuters dá empate entre os Conservadores e Trabalhistas - 36%. O Liberais Democratas ficam-se pelos 20%.
Estes últimos dias deverão ser decisivos...
Estes últimos dias deverão ser decisivos...
03/05/2010
Mas onde raio...
... anda a tão falada e apregoada crise?!
A ver por isto quase que fico tentado a pensar que a "crise", é só para alguns...
«Em Abril foram vendidos 16 mil veículos ligeiros, mais 32% que em igual mês de 2009.
[...] nos primeiros quatro meses do ano foram vendidos cerca de 70 mil automóveis ligeiros, um crescimento de quase 60%, face aos números alcançados entre Janeiro e Abril de 2009.
[...]
Relativamente aos veículos comerciais ligeiros a subida em Abril foi de 30,2%, 3.823 automóveis vendidos, enquanto os veículos pesados registaram um acréscimo de 5,5%, com 241 unidades vendidas.»
Ao fim e ao cabo, não deixa de ser um bom sinal!
A ver por isto quase que fico tentado a pensar que a "crise", é só para alguns...
«Em Abril foram vendidos 16 mil veículos ligeiros, mais 32% que em igual mês de 2009.
[...] nos primeiros quatro meses do ano foram vendidos cerca de 70 mil automóveis ligeiros, um crescimento de quase 60%, face aos números alcançados entre Janeiro e Abril de 2009.
[...]
Relativamente aos veículos comerciais ligeiros a subida em Abril foi de 30,2%, 3.823 automóveis vendidos, enquanto os veículos pesados registaram um acréscimo de 5,5%, com 241 unidades vendidas.»
Ao fim e ao cabo, não deixa de ser um bom sinal!
02/05/2010
Portugal e Grécia, que diferenças?
«Enquanto as previsões e as estatísticas dos gregos está avolumada de asteriscos porque deixaram de ser credíveis, Portugal tem, apesar das dificuldades que a economia portuguesa enfrenta, tem mais credibilidade do seu lado e um histórico de redução de défice nos últimos anos.
Não só porque, desde a sua entrada na então Comunidade Económica Europeia, os portugueses têm cumprido com as suas obrigações e metas fixadas, mas também porque os sucessivos governos têm demonstrado que, quando toca a reunir, são capazes de mobilizar o país para conseguir continuar num dos blocos económicos mais ricos do mundo.
[...]
Portugal tem ainda do seu lado uma previsão de crescimento já para 2010, de 0,7% de acordo com os números do Governo (que muitas instituições prevêem que seja mais baixo) contra uma contracção de 0,3% do produto grego (também considerado optimista).»
Não só porque, desde a sua entrada na então Comunidade Económica Europeia, os portugueses têm cumprido com as suas obrigações e metas fixadas, mas também porque os sucessivos governos têm demonstrado que, quando toca a reunir, são capazes de mobilizar o país para conseguir continuar num dos blocos económicos mais ricos do mundo.
[...]
Portugal tem ainda do seu lado uma previsão de crescimento já para 2010, de 0,7% de acordo com os números do Governo (que muitas instituições prevêem que seja mais baixo) contra uma contracção de 0,3% do produto grego (também considerado optimista).»
Quem o diz é o Diário Económico, aqui.
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