Além das debilidades deontológicas que encontramos todos os dias numa grande parte do jornalismo português, uma outra que me parece cada vez mais recorrente é a falta de memória nas redacções.
No processo de consulta bibliográfica para a elaboração duma tese académica, encontrei esta pequena citação de um editor na tese de doutoramento de Estrela Serrano (2005) que, ainda que possa não constituir novidade para algumas pessoas, me parece importante e apresenta uma (senão a principal) razão para essa perda de história editorial:
«Por debilidade financeira das empresas retiram-se das redacções as pessoas mais velhas para pagar menos aos jovens jornalistas. Perdeu-se uma certa memória nos jornais que produz esse efeito que é os jornalistas serem mais novos – a juventude está muito afastada da política – e essa cultura é trazida para os jornais, (…) o afastamento das pessoas mais velhas nota-se nas decisões. Em Portugal é quase impossível uma pessoa com idade mais avançada ter espaço para se afirmar profissionalmente.»
Para quem se interessa por jornalismo e política, recomendo a consulta da referida tese.
Jornalismo Político em Portugal
A cobertura de eleições presidenciais na imprensa e na televisão (1976-2001)
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10/05/2010
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