Em Março, Diogo Moreira alertava para os riscos das sondagens no "novo" PSD.
A seguir, todos ficámos deslumbrados com o discurso responsável e a (aparente) acalmia do PSD preocupado com a situação grave do país e a sua disponibilidade para «ajudar o país neste momento difícil».
Mas parece-me, e porque agora a «Oposição prepara-se para concluir que Sócrates mentiu ao Parlamento» (com base em opiniões, suposições e imaginações), o discurso do PSD está a voltar ao tom radical proferido por Passos Coelho durante os seus dois anos de campanha eleitoral interna: «O porta-voz do PSD, Miguel Relvas, não fecha a porta à apresentação de uma moção de censura caso o Governo mantenha a aposta nas grandes obras públicas». No entanto, e tentado manter o espectro da responsabilidade, «assume que eleições antecipadas e uma crise política não fazem parte da estratégia do maior partido da oposição».
Estou em crer que não faz parte da estratégia, mas se acontecer agora será muito bem vinda para os dirigentes do PSD.
Porque para o PSD, a solução para o país passa por um "encerramento temporário" da actividade económica em que as grandes obras públicas deveriam ser substituídas com medidas de grande alcance como, por exemplo, «uma nova lei das rendas», além da clara chantagem que estão a exercer sobre o país e sobre o Governo, parece-me que os sociais democratas começam agora a mostrar ter retomado a sua opção por um caminho de contradição.
Julgo que o PSD ainda não conseguiu mostrar quais são as grandes medidas necessárias a Portugal para enfrentar os problemas.
A julgar pela distribuição de "pastas" no «governo-sombra» do PSD, não me parece que as vamos conhecer tão cedo.
Comentando as mais recentes sondagens em que o PSD surge à frente do PS não posso deixar de registar a diferença entre os resultados da Eurosondagem e da Marktest:
Eurosondagem
PS: 36%
PSD: 28,5%
CDS-PP: 13,1%
CDU: 8,2%
BE: 8%
Marktest
PSD: 39,8%
PS: 34%
BE: 8,3%
CDU: 7,2%
CDS: 4,5%
Deve-se no entanto considerar o espaço temporal entre ambas. 8/13.04 a primeira e 20/25.04 a segunda.
Ainda assim é importante não esquecer que esta situação, ainda que o tenham feito crer, não é inédita (mais uma evidência do fraco jornalismo que se vive em Portugal):
«A três meses das eleições legislativas, e três semanas depois das europeias, o PSD passa pela primeira vez para a frente do marcador que dita o novo Governo. Num jogo em que o empate técnico continua a marcar a análise, a sondagem dá agora uma ligeira vantagem ao partido de Ferreira Leite, que sobe sete pontos em relação ao mês passado (de 28,3% para 35,8%) e vê os socialistas perderem dois pontos nas intenções de voto (de 36,3% para 34,5%).»
E depois foi o que se viu.
Julgo no entanto, importantes as considerações de Pedro Magalhães.
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