No dia em que foram recebidos dez "velhas glórias" das finanças portuguesas como Hernâni Lopes, Eduardo Catroga, Manuela Ferreira Leite e o "grande" Medina Carreira, sem contar com Cavaco Silva, um rol de ex-ministros das Finanças de Governos PSD (exceptuando Pina Moura e Cunha e Campos, o ministro dos 4 meses), lembrei-me de evocar dois textos. Um de Goethe e outro de Ricardo Reis.
O primeiro, e tomando em consideração a declaração feita após este encontro, «[...] os ex-ministros defenderam - sem especificar quais - medidas "adequadas e urgentes" para resolver "os problemas actuais"» consegue duma forma muito sucinta resumir o trabalho destes senhores à frente do ministério e nas suas mais recentes intervenções:
«pensar é fácil, agir é difícil, mas agir em harmonia com o que se pensa é o que há de mais difícil no mundo».
Lembrando-me que um dos critérios de Norberto Bobbio para a distinção entre esquerda e direita, talvez o mais significativo, é a diferença de atitude dos homens face ao ideal de igualdade, fui à procura entre os meus recortes dum ensaio publicado no jornal i publicado em Julho de 2009, em vésperas de eleições legislativas. O ensaio do Prof Ricardo Reis, em determinada altura, reza assim:
«[...] Além da economia, a ideologia conta muito para a despesa do Estado. Este é um dos temas políticos mais ferozmente debatidos entre quem prefere um Estado mais ou menos intervencionista na economia e na sociedade. Sendo o PSD o partido à direita, esperaríamos que o crescimento do Estado fosse mais moderado quando está no poder. Mas os dados revelam uma realidade surpreendente. Quando o PSD está no poder, o monstro cresce em média 0,35% por ano, enquanto quando é o PS no poder a despesa cresce apenas 0,25% por ano. Se olharmos só para o efeito do partido no poder na despesa pública para além do efeito das variáveis económicas, então o contributo do PSD para o monstro é ainda maior, o dobro do que o do PS. Olhando para os quatro governos individualmente, o maior aumento na despesa veio durante os governos de Durão Barroso e Santana Lopes: 0,48% por ano. Segue-se-lhe o governo de Cavaco Silva com 0,32%, António Guterres com 0,31%, e por fim José Sócrates com um aumento de apenas 0,14%. Se excluirmos o enorme aumento na despesa no primeiro trimestre de 2009 associado à crise, o governo de José Sócrates e dos ministros Campos e Cunha e Teixeira dos Santos teria a rara distinção de ser o único governo que reduziu o tamanho do monstro, de 21,5% do PIB quando tomou posse para 21% no final de 2008.»
10/05/2010
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