A audição da Comissão de Ética, Sociedade e Cultura com Felícia Cabrita resume-se em poucas palavras:
muitas conjuras, especulações, suposições, opiniões e nenhuma concretização ou evidência.
Não me admira nada disso na pessoa da Sra. jornalista (que pelo menos ficámos a saber que é jornalista premiada, reconhecida na classe, com prémio de carreira e até escreve livros).
Mas pior foi o Sr. deputado João Oliveira do PCP (onde é que vão desencantar estes personagens?!) que ao contrário dos deputados de outros partidos que colocaram questões na sua maioria concretas, e a maior parte delas ficaram sem resposta, limitou-se a colocar questões especulativas como relações entre o BCP e a situação financeira da Controlinveste (recordo que a Sra. escreve contos para o semanário SOL que pertence a outro grupo), a relações do Governo com a TVI, com o DN, grupos «economicofinanceiros», etc. Enfim, um rol de situações sem objectividade com o assunto em discussão e que, naturalmente, agradou à Sra. por pertencerem ao reino da subjectividade.
Parece-me que, nesta audição, a Comissão de Ética , Sociedade e Cultura perdeu o seu tempo com alguém que, além de ter insinuado que os deputados, ou alguns deles, que além de lentos na compreensão daquilo que explicava seriam racistas motivando um puxão de orelhas do presidente da Comissão, se julga intelectualmente acima de qualquer outro, até mesmo dos «doutores de leis». Pois para ela todos os «factos se confirmam», «tudo se confirma» e o plano que "denunciou" seria executado com uma «técnica apurada».
Só posso concluir que afinal o Presidente do Supremo Tribunal de Justiça e o Procurador Geral da República andam a "dormir na forma". Ou isso, ou então alguém terá que encontrar outra forma de explicar à Sra. a situação porque com palavras, entrevistas, despachos e comunicados ela não percebe.
O SOL, que «publica escutas e nunca disse que tinha escutas» (curioso paradoxo), a nível de marketing parece-me mesmo muito bom mas no que diz respeito à coerência e credibilidade deixa muito a desejar.
Houve uma pergunta colocada à Sra. que me pareceu pertinente e que ficou (também) sem resposta: «visto que o SOL ao publicar excertos de escutas violou o segredo de justiça, em vez de excertos porque não publica as escutas na integra?»
Julgo que a ideia é boa e serviria para o leitor interessado poder formar a sua própria opinião em vez de seguir a opinião formada por outros.
Talvez não fosse tão lucrativo mas, e já que se fala tanto em transparência, seria uma excelente forma do semanário SOL contribuir para a clarificação da situação e da alegada existência do tal plano.
NOTA: Como não sou grande adepto de reality shows, e por uma questão de princípio, não tenho qualquer interesse em ler ou ouvir qualquer exposição de conversas privadas.
20/02/2010
Um vazio na Comissão de Ética, Sociedade e Cultura
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Uma comissão de ética cuja composição se honra por acolher a deputada eleita pelo PS que recebe cerca de € 1.200,00 semanais de ajudas de custo porque tem a sua residência em Paris, merece todo o circo e comédia que lá se tem passado. Inês de Medeiros merece os meus agradecimentos pelo favor que presta ao povinho português. A suposta casa da democracia portuguesa há muito que merece espectáculos condizentes com a aquilo que verdadeiramente lá se passa. Como diria um general romano no sec III a.C.: um povo que não se governa nem se deixa governar.
ResponderEliminarMeu caro amigo Paulo.
ResponderEliminarParece-me precipitada essa observação e, sem sombra de qualquer dúvida, pura especulação:
In Expresso 20.02.2010
«[...] É neste contexto que o Conselho de Administração decidiu adiar a solução [a de quem vai pagar]. Em causa estão cerca de 1200 euros semanais de uma viagem que, para já, ninguém sabe quem paga. A verba é o triplo do que é pago aos deputados de Bragança, por exemplo, que percorram com a sua viatura cerca de mil quilómetros por fim-de-semana.
Situação idêntica viveu, na anterior legislatura, Freire Antunes, deputado independente nas listas do Porto do PSD. Antunes deu como morada Bruxelas, mas o Parlamento não pagou.»
(Ao menos Inês de Medeiros deu a sua morada em Lisboa. Por isso, quando a decisão for tomada, espero que se mantenha a coerência com o passado)
Um abraço