03/09/2009

Quem TVIu e quem TV

Pois bem, se estavam à espera duma campanha eleitoral com discussão séria de ideias, propostas e soluções, então estavam prefeitamente enganados.
Primeiro Freeport, depois Eurojust, a seguir TVI, depois escutas e jipes em Belém, pressões dirigentes partidários (contestadas pelo próprio pressionado) e agora PRISA\TVI novamente.

Ainda não estavam todos os dados conhecidos sobre a demissão em bloco da direcção de informação da TVI e já os partidos da oposição se lançavam que nem abutres sobre o Governo e o PS.
Sobre uma decisão dum grupo internacional privado, como é a Prisa, vieram os Srs. José Aguiar Branco e Paulo Portas apontar o PS como sendo o responsável.
Se tentarmos esquecer os episódios em que estes dois Srs. foram protagonistas principais, o primeiro no caso TVI/Marcelo Rebelo de Sousa e o segundo na forma como retomou o poder dentro do seu partido, até poderiamos considerar estas duas atitudes como legítimas no seguimento duma linha de verdade democrática. Mas não é o caso.
É impressionante a "verdade" que auto-proclamam neste caso pois nem sequer se limitam a levantar suspeitas. Partem imediatamente para a acusação.

Trata-se dum puro aproveitamento político com o claro objectivo de continuar a embrenhar as pessoas naquilo que menos interessa colocando num plano secundário os assuntos que realmente fazem falta ser discutidos em Portugal.
Estes Srs. assumem um lugar de destaque na lista de demagogos do espectro político português. E a demagogia não nos leva a lugar algum.

Vou ficar ansioso pelas provas que estes dois Srs., seguramente, irão apresentar. Se acreditarmos nesta "teoria da conspiração" ainda podemos ter esperança de também ver a Ordem dos Advogados, na pessoa do Sr. Marinho Pinto, na lista de suspeitos dos que influenciaram a direcção duma empresa privada espanhola.

Curiosamente os outros dois partidos com assento parlamentar foram mais moderados e inteligentes no uso das palavras. Ponto positivo.

Não deixa de ser curioso que nos dias que anteciparam esta decisão, a protagonista principal deste programa se tenha desdobrado em entrevistas e nos dias que se seguiram à saída do seu marido da direcção da TVI os orgãos de comunicação social se tenham enchido de interrogações relativamente ao futuro da Sra.

Custa-me um pouco a acreditar que o PS e o Governo tenham tido alguma influência neste caso do cancelamento do programa "Jornal de Sexta", pois a existir essa relação isso seria um verdadeiro "suicídio político".
Afinal esta polémica interessa verdadeiramente a quem? Ao PS?
Não será possivel que os proprietários grupo tenham entendido que esse programa não passava dum ponto negro na estação televisiva?
Não será possivel que aquele programa só existisse naqueles moldes porque aquelas pessoas que o protagonizavam estavam "seguras" apenas pela teimosia de alguém?

O importante, e desejável, é que as pessoas pensem por si mesmas sem que esta onda de demagogia alimentada por alguns "políticos profissionais" e que ocupa o espaço das campanhas eleitorais seja o principal factor de decisão.

Lembro-me duma música da Lena d'Água onde cantava «d
emagogia feita à maneira / é como queijo numa ratoeira»...


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