Ainda que todos advoguem que a querem evitar, muitos desejam-na secretamente. Ontem, no Debate da Nação, Paulo Portas ainda "lançou a escada" apresentando-se como parte da solução para os problemas que o país enfrenta.
Partilho totalmente da certeza de Pedro Adão e Silva: «vamos ter uma séria crise política a somar à crise económica e social. A única questão é saber quando.»
«[...] Depois temos um governo que tinha um discurso eleitoral e que de facto foi obrigado a abandoná-lo para fazer exactamente o contrário do que propunha como resposta à crise (do investimento aos pacotes de estímulo à economia e ao emprego). Como se não bastasse, o governo precisou do PSD para viabilizar as medidas de austeridade e, quando houver uma moção de censura do CDS, dependerá do apoio do BE e do PCP. No mínimo confuso. Finalmente, temos um Presidente que alterna entre um discurso vago sobre a insustentabilidade da nossa situação orçamental e a necessidade de mais respostas sociais, mas que, de facto, desistiu de promover quer esforços concretos para disciplinar as contas públicas (quando retirou o apoio a Correia de Campos), quer mecanismos que permitam proteger mais os "novos pobres" (a oposição ao novo Código Contributivo).»
Pois parece-me que essa crise política chegará mais cedo do que se pensa. Ainda hoje, o líder parlamentar do PSD dizia na Antena1 que o PSD está pronto para ser Governo mas que só o será em eleições...
Quanto a mim parece-me que não está pronto. Ainda que não lhe falte a fome de Poder, falta-lhe um pequeno pormenor que faz toda a diferença: um programa (propostas, soluções), enfim, ser uma verdadeira alternativa.
E essa falta é reconhecida pelopróprio PSD que na voz de Luis Montenegro afirmou na Assembleia da República que «apresentaremos a nossa alternativa para governar quando os portugueses nos escolherem e só quando nos escolherem».
Fica a ideia de que o que o PSD pede neste momento ao país é que assine um cheque em branco... estranha forma de fazer política (séria).
16/07/2010
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