09/10/2009
Foi há 42 anos...
Podíamos lembrar que há em 69 nascia John Lennon ou que há 31 morria Jacques Brel, mas foi há precisamente 42 anos que mataram Ernesto Guevara de la Serna, mais conhecido por "Che" Guevara.
As suas aventuras revolucionarias conduziram-no à morte em La Higuera (Bolívia) em 9 de Outubro de 1967, com apenas 39 anos.
Morria o revolucionário, nascia o mito.
Guevara foi, como a grande maioria dos homens que se vê envolvido em cenários de guerra, capaz de cometer actos de extrema violência. Não se limitara ao "matar para não morrer".
Sem fazer qualquer juizo, foram actos, e é necessário fazer este enquandramento, que tiveram um contexto muito próprio e especial, desde os aspectos históricos aos sociológicos.
A América do Sul foi sempre, desde os tempos em que foi descoberta, um território dominado por potências estrangeiras, primeiro europeias e depois americanas, nomeadamente pelos EUA, exercendo sempre forte repressão contra os nativos sul americanos. Deve compreender-se por isso, ainda que possa não se aceitar, todo o empenho e paixão que estes homens aplicavam nas suas lutas pela libertação.
Guevara tentou ir mais longe que todos os outros. Sonhava libertar toda a América latina do poder norte-americano, incluindo a sua Argentina.
"Che", apelido que conquistou por ser argentino (semelhante ao "pá" português)", despertou-me algum interesse pela defesa que fez das suas ideias e convicções (alerto para o facto de que não faço análises qualitativas) e, naturalmente, as suas consequências.
Tem sido, para já, o meu mais longo "objecto de estudo" porque para conhecer Ernesto Guevara, a Revolução Cubana e a razão pela qual se cruzaram, é preciso conhecer muito bem a sua história. Consigo olhar hoje para o icone "Che" Guevara e reconhecer nele uma pessoa com qualidades e defeitos, ideias e crenças, paixões e ódios, sério ainda que com sentido de humor, honesto e exigente.
Uma personalidade verdadeiramente interessante.
Para os que eventualmente queiram conhecer um pouco mais este actor da história, um pouco mais além do mito, recomendo as seguintes leituras:
- O Homem e o Socialismo em Cuba \ Segunda declaração de Havana - CASTRO, Fidel, GUEVARA, Che
- Diários inéditos da guerrilha cubana - CASTRO, Raúl, GUEVARA, Che
- A guerrilha do Che - DEBRAY, Regis
- Os meus anos com o Che - GADEA, Hilda
- A aventura bolíviana - GUEVARA, Che
- Obras de Che Guevara - 1 - GUEVARA, Che
- Obras de Che Guevara - 2 - Textos económicos- GUEVARA, Che
- Viagem pela América - GUEVARA, Che
- Outra Vez - GUEVARA, Che
- Guerrilla Warfare - GUEVARA, Che
- Cuba, Verso e Reverso - HERNANDEZ, Rosendo Canto
- CHE - Ernesto Guevara, uma lenda do século - KALFON, Pierre
- CHE, auto-retrato - V.A.
- Poemas a Guevarra - V.A.
- A prisão de Régis Debray e a morte de Che Guevara - V.A.
- Che Guevara by the photographers of the cuban revolution - V.A.
- A utopia segundo Che Guevara - TELES, Viriato
- Guevara, Antalogia - CARVALHO, Adriano de, BERNARDO, João
- Che Guevara, Cidadão do Mundo - COPULL, Adys, GONZÁLEZ, Froilán
- Che Guevara - SANDISON, David
Faltarão aqui muitos outros. Há também muitos documentários de interesse que, ainda que centrados mais no revolucionário, revelam um pouco a pessoa que foi Ernesto Guevara. Os mais recentes filmes feitos sobre esta figura, tanto o de Walter Salles como os de Steven Soderbergh (confesso que ainda não tive oportunidade de ver a "Parte II"), estão muito próximos dos factos.
Chamo a atenção para este livro: Che Guevara, do mito ao homem de Miguel Benasayag. Um verdadeiro embuste! Supostamente de alguém que privou directamente com Ernesto Guevara e que nem sequer o nome correcto sabe. Por mais do que uma vez confunde o nome "Che" com o nome do seu pai e refere-se, em dada altura, a "Che" como Ministro da Economia, coisa que nunca foi!!
Engraçado é como é que se publicam uma obra destas. Um claro exemplo do aproveitamento "do mito" e do homem.
Inicialmente pensei colocar aqui um vídeo que revela a importância que a morte deste homem teve naquela altura para os bolivianos e, principalmente, para os americanos.
Entendi não o fazer. Não pela "exposição da morte" mas sim dado ao facto de chocar pela frieza das imagens.
O local onde foi exposto o corpo de Guevara é, ainda hoje, um local de culto e romaria para os que revêem nele a defesa dos seus ideais.
É um vídeo impressionante. Podem vê-lo aqui.
Então, optei por deixar aqui o som de uma das mais bonitas músicas que se fizerem em homenagem a "Che" Guevara, acompanhada de algumas fotos que enchem livros.
A música é de Carlos Puebla e chama-se "Hasta siempre" (de 1965).
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