16/07/2009

Uma opinião

«Eu não quero dar conselhos a ninguém, mas... vou só dar uma opinião. Nesta altura, acho eu, fazer coligações, é uma prova de fraqueza.»
A frase não é minha. É de Pedro Santana Lopes no programa de "Grande Entrevista" referindo-se às coligações anunciadas por outro candidato à Câmara Municipal de Lisboa, António Costa (e que hoje anunciou ainda um outro acordo).

Curiosamente estas declarações foram proferidas no dia 14 de Julho, exactamente um dia antes da
assinatura do acordo, já anunciado em 1 de Julho (reconheça-se essa justiça), entre PSD e CDS-PP, e dois dias depois do acordo que apelida de «prova de fraqueza».
Uma cronologia interessante...

Outra notícia curiosa é a forma como foi viabilizado um plano de urbanização numa zona da cidade de Lisboa. Parece que a força política com a maioria na Assembleia Municipal, PSD, absteve-se «por engano» numa matéria que pretendia rejeitar.
Há mérito no reconhecimento da "asneira" mas pode-se perguntar: afinal o que andam estes senhores a fazer nos orgãos de decisão?

Frequentemente se coloca a questão da credibilidade da classe política. E entrando neste tema recomendo o aprofundamento feito por autores como Max Weber, Vilfredo Pareto, Gaetano Mosca e Wright Mills. Surpreendentemente, ou talvez não, apresentaram teorias sobre classes e elítes que mantêm uma actualidade impressionante.
A necessidade de recuperar essa credibilidade é urgente. As pessoas necessitam de voltar a acreditar nessa classe.
Mas só poderão voltar a acreditar nos políticos "profissionais" se para isso eles contribuírem seriamente.

Como constatou François-Henri de Virieu na sua obra "La Mediacratie", «a argumentação cedendo o lugar à sedução, a vida política actual parece mais favorável aos profissionais da comunicação do que aos profissionais da convicção»... isto em 1990.

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