28/01/2016

Livro: Politica e Entretenimento

José Santana Pereira neste ensaio, "Política e Entretenimento", reúne um conjunto de teorias, por vezes antagónicas, sobre o impacto nos cidadãos das relações entre a política e a comunicação social, nomeadamente, com a utilização da política em programas de entretenimento.
São diversos os autores que defendem a existência duma aproximação e maior esclarecimento dos cidadãos em relação a temas políticos através dos programas de entretenimento - concursos, reality shows ou de humor - bem como aqueles que defendem o seu contrário.

Certo da existência desta relação entre política e entretenimento, e neste trabalho ficam bem claras as evidências históricas de políticos que se tornaram "celebridades" do audio-visual, bem como pessoas ligadas ao "mundo do espectáculo" que se transformaram em políticos e poderosos lideres, não é consensual o seu impacto nos cidadãos, nos eleitores e nas próprias sociedades ao nível político.

Este é um ensaio interessante de se ler e que pode contribuir para uma discussão e reflexão premente na sociedade actual: que poder exerce o entretenimento e a comunicação social na política dos países e, consequentemente, que influência tem nas decisões com impacto no dia-a-dia dos cidadão?


Sinopse:

«A política é divertida? Em que medida é que os temas e os protagonistas políticos foram adoptados ou apropriados pelos programas de televisão não informativos, com que objectivos e com que consequências? Como e porque é que os líderes partidários se tornaram personalidades com características de celebridades do mundo do espectáculo, e quais as consequências deste fenómeno? Até que ponto é que a dependência dos meios de comunicação social tradicionais como fonte primordial de informação política tem vindo a transformar os cidadãos em meros espectadores? Este ensaio tem como propósito debater estas e outras questões relativas à relação, cada vez mais íntima, entre as esferas da política e do entretenimento, com o propósito de estimular o debate e o pensamento crítico a respeito deste fenómeno incontornável nas sociedades democráticas.»

26/01/2016

Mi casa es su casa

E é isto, um resumo do novo Portugal: quintas, novelas e Marcelo (... vá, e bola também!).

Venha de lá, então, um reality show a partir de Belém para entreter a malta, que a malta quer-se ocupada: "E se houvesse uma TV Belém para o antigo comentador?"

... Está a parecer-me que a comunicação social vai querer, agora, começar a retirar do "Presidente" os seus dividendos depois de tantos anos de apoio e suporte ao "Comentador". Afinal o senhor já cá anda há muitos anos...



Capa revista "TV 7 dias", 26.01.2016 - dois dias depois das eleições presidenciais

25/01/2016

Acreditar na Democracia

Portugal (ou uma pequena parte dele!) votou.

Os resultados estão apurados. O exercício democrático cumpriu-se sem problemas de maior (salvo um boicote numa freguesia e o impedimento de alguns cidadãos no estrangeiro exercerem o seu direito) e com respeito cívico, e isso é sempre de saudar.

Pela primeira vez na sua história, Portugal contou com uma dezena de candidatos a Presidente da República. Uns mais à séria, outros menos. Uns mais políticos, outros nem tanto. Uns mais populistas e demagógicos, outros mais "terra-a-terra" com a realidade e as necessidades dos portugueses.
Tudo isto mostra um aparente amadurecimento da Democracia em Portugal - um amadurecimento que, ainda assim, não dá plenas garantias de consolidação, especialmente pelo crescente e galopante alheamento dos cidadãos em relação à política e àquilo que os governa (uma tendência que se iniciou há muitos anos e cujas razões não vou, agora, discutir).

A partir de 9 de Março de 2016 teremos um novo Presidente da República. Sobre o que dele se espera, ou sobre a sua imprevisibilidade, muitos já falaram. Sobre o que eu acredito que será Marcelo Rebelo de Sousa no exercício do cargo, também já o disse e escrevi. Citando alguém com quem discordo em praticamente tudo, espero mesmo, mas muito mesmo, que ele me "surpreenda".

Mas, não obstante aquelas que sãos as diferenças ideológicas e idiossincráticas de cada um, continuo a gostar e a acreditar piamente na Democracia. Pois com as decisões que nela se tomam, vêm também as consequências.

A luta faz-se todos os dias.

22/01/2016

Portugal precisa de virar a página

Já o disse antes, desde a primeira hora, e reitero-o ainda com maior convicção: Sampaio da Nóvoa, de todos os candidatos a Presidente da República, é aquele mais capaz e com o melhor perfil para responder às exigências que se adivinham no exercício do cargo nos próximos anos.

Cavaco Silva tem todas as condições para ficar na história de Portugal como aquele que pior exerceu o cargo de Presidente da República, a par de Presidentes fantoches do antigo regime. Mas esta entrada negra na história está seriamente ameaçada pelo candidato Marcelo Rebelo de Sousa.

Cavaco Silva foi um muito mau Presidente da República, mas Marcelo, a ser eleito, por tudo aquilo que é e tem-no demonstrado ao longo de mais de 41 anos - contador de estórias, criador de factos através da mentira, incoerente nas suas posições e com uma séria tendência para se desresponsabilizar culpando os outros (os tais "barões do partido"), enfim, talvez como alguém da sua área política o caracterizou, um "cata-vento", será muito pior e mais perigoso politicamente. 
A Cavaco Silva conhecia-se uma linha política e uma ideologia. Fixo de ideias, no cargo sempre foi previsível. De Marcelo Rebelo de Sousa o que se conhece é que segue sempre uma linha curva volátil que se orienta conforme o momento, mesmo que esta siga o sentido contrário ao que já tenha seguido antes.

Se por muito azar a escolha (desinformada) dos portugueses recair em Marcelo Rebelo de Sousa, Portugal corre enormes e sérios riscos: democrático (no sentido da estabilidade) e social.

Portugal precisa de virar mais uma página negra da sua história. Uma página maldita com 10 anos ininterruptos.
Este é o momento certo para o fazer. Só se não quiser. E os arrependimentos, quase sempre, não servem para reconstruir aquilo que ficou despedaçado.


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