27/08/2012

Livro: O Eterno Retorno do Fascismo

"O Eterno Retorno do Fascismo", um livro que se lê num par de horas, é um ensaio de Rob Reimen que se apresenta como uma ajuda à compreensão do que é o fascismo e de como ele ainda está presente nos dias de hoje ou como se pode passar de um estado latente a um estado patente nas sociedades actuais: «Quando o populismo na cultura kitsch do homem-massa se mistura com uma grande dose de nacionalismo, de ressentimento e ódio, assistimos ao reaparecimento do rosto horrendo do fascismo».
Num cenário onde a «frustração leva ao ressentimento, o ressentimento à violência, e a violência a mais violência» o autor tenta expor aquelas que, no seu entender, devem ser lições a tirar da história porque a «natureza humana não mudou».

Um texto que pretende contribuir com algumas respostas a perguntas sobre o fascismo mas que, julgo, não se centra verdadeiramente naquele que poderia ter sido o ponto de partida: o próprio conceito de "Fascismo" - algo que Benedito Mussolini definiu como uma coisa muito intrínseca aos italianos e impossível de replicar, nomeadamente na Fasci di Combattimento e depois no PNF (Partito Nazionale Fascista).

Talvez, e não pretendo entrar, nesta fase, em grande profundidade, se continue a incorrer no erro antigo de rotular novos movimentos, ainda que com algumas características que podemos considerar comuns com os antigos. Estas comparações podem conduzir-nos a erradas interpretações da actual situação que, reconhecidamente o autor nos mostra, é preocupante.

Uma leitura recomendada.


Sinopse:

O que caracteriza e define o fascismo? De que diferentes máscaras se reveste de um país para outro? Porque podemos afirmar que está hoje de regresso à Europa? Em que medida é a expressão de uma profunda crise da civilização? Que relação tem com o declínio dos valores espirituais? E com o triunfo do materialismo e do individualismo? Que responsabilidades têm as elites no seu ressurgimento? E como lutar contra a sua propagação? Num pequeno ensaio tão brilhante quanto militante, Rob Riemen, apoiado nas reflexões de grandes pensadores europeus — Camus, Thomas Mann, Nietzsche, Adorno, Paul Valéry — ajuda-nos a compreender (e a combater) melhor o fascismo, um mal dos nossos dias.

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