Porque há frases e imagens que marcam, uma notícia de hoje (03 de Agosto de 2011) publicada no site do Diário de Notícias fez com que a 'defesa' que faço da necessidade de memória nas redacções dos jornais, afinal, faça algum sentido.
O título da notícia a propósito da interferência do actual Primeiro-ministro na negociação da venda de um banco nacionalizado, o BPN, é:
"PSD defende que Passos Coelho salvou 1200 empregos"
Nesta notícia o deputado Carlos Abreu Amorim saiu em defesa do partido que o albergou, o PSD, para interpretar as palavras do Primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho (uma necessidade que já vem sendo necessária para os líderes do PSD desde há algum tempo, pois já no tempo em que Manuela Ferreira Leite era presidente do PSD era Pacheco Pereira que assumia o papel de "interpretador" do que dizia e anunciava a senhora).
Diz-nos este parlamentar, que já no tempo do "discurso da Verdade" piscava o olho à social democracia laranja, que tudo isso apenas se deveu no interesse dos trabalhadores tendo, assim, salvo 1200 (mil e duzentos) postos de trabalho no ex-BPN, agora BIC.
Sinceramente, o que me incomoda não é propriamente as mentiras de Carlos Abreu Amorim ou do PSD. É que a isso já temos vindo a ser habituados e já são poucos os que estranham (ainda que não reajam!). O que incomoda é a manifesta falta de memória jornalística que existe nas redacções dos jornais. Neste caso, no Diário de Notícias. E eu quero mesmo acreditar que se trata, efectivamente, de falta de memória e não outra coisa qualquer!
É que, acredito, se houvesse memória talvez na mesma notícia do DN a informação da Lusa (pois parece que é só a Lusa que produz conteúdos e os jornais se limitam a divulgar o que a Lusa recolhe) teria sido feita qualquer referência a uma notícia (mais uma vez da Lusa) veiculada pelo mesmo jornal sobre o BPN/BIC e os postos de trabalhos "salvos" no dia 1 de Agosto de 2011, há 1 ano e 2 dias!...
Mesmo sem entrar no conceito "salvar" ou no que efectivamente aconteceria aos trabalhadores deste banco vendido pelo XIX Governo Constitucional de Portugal ao desbarato, há uma coisa que salta à vista: a Matemática (tão querida do Ministro Crato!).
Das duas uma, e para além da memória jornalística claramente inexistente: ou estamos perante alguém (só mais um) responsável no PSD que não tem qualquer pejo em mentir a todos os portugueses (acho que acabei de constatar o óbvio!!), ou estamos perante alguém que não está muito à vontade com a matemática!... aceitam-se equivalências... quero dizer, sugestões!
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