The Glass Cage: How our computers are changing us, de Nicholas Carr, não deve ser entendido como um livro "anti-tecnologia" ou um manifesto contra o uso, cada vez maior, das Tecnologias de Informação e Comunicação no nosso dia-a-dia. The Glass Cage traz à luz vários trabalhos que pretendem mostrar o efeito, nem sempre benéfico, das tecnologias.
É incontestável que as tecnologias estão cada vez mais enraizadas na vida de todos nós, alterando processos e relações sociais. Mas se é compreendido que estas acarretam alguns benefícios sociais e de bem-estar, não são suficiente e devidamente encarados os aspectos menos positivos da sua dependência, em especial os resultantes da automatização.
Na óptica de Nicholas Carr, e dos autores cujos trabalhos são citados, através da automatização de processos, sejam eles fabris, de serviços ou mesmo de apoio à tomada de decisão (selecção de informação decorrentes de algoritmos e/ou selecção ou construção de padrões), estão a criar-se condições para um distanciamento do Homem em relação ao Conhecimento. Chama-nos a atenção que a partir do momento em que o Homem assume o papel apenas de controlador da tecnologia - onde apenas tem que verificar ou controlar o bom funcionamento do processo automatizado - deixa de desenvolver ou possuir uma curiosidade sobre o próprio processo: o seu porquê e o como. Estes cenários empíricos, que indiciam uma espécie de retrocesso civilizacional na aquisição de competências, assentam na tónica de que esta aquisição, ao longo de vários séculos - ou mesmo milénios -, decorre da capacidade do ser humano aprender através da execução e superação de desafios, isto é, a tentativa e falha - learn by doing.
«Automation severs ends from means. It makes getting what we want easier, but it distances us from the work ok knowing. As we transform ourselves into creatures of the screen, we face the same existential question that the Shushwap confronted: Does our essence still lie in what we know, or are we now content to be defined by what we want?»
O livro de Nicholas Carr, e os estudos que nele são mencionados, não advogam que devamos rejeitar liminarmente a tecnologia e o seu desenvolvimento. Apenas nos alerta para que a adopção das tecnologias seja cautelosamente pensada e avaliada por todos os prismas. A sua implementação e apropriação deve ser analisada em termos de facilitação e bem-estar, mas não deve ser descurado o seu verdadeiro e mais profundo impacto social.
Sinopse:
«In The Glass Cage: How Our Computers Are Changing Us, his widely praised follow-up to the Pulitzer Prize-nominated The Shallows, bestselling author Nicholas Carr explores how our ever growing dependency on computers, apps, and robotics is reshaping our jobs, talents, and lives.
Digging behind the headlines about artificial intelligence and self-driving cars, digitized medicine and workplace robots, Carr explores the hidden costs of granting software dominion over our work and our leisure. Drawing on studies that underscore how tightly our sense of happiness and personal fulfillment is tied to performing skilled work in the real world, he reveals something we already suspect: shifting our attention to computer screens can leave us disengaged and discontented. Our lives may be easier inside the glass cage, but something essential is missing.
From doctors’ offices to the cockpits of passenger jets, from the frozen hunting grounds of Inuit tribes to the sterile landscapes of GPS maps, The Glass Cage explores the impact of automation from a deeply human perspective. Mixing history and philosophy, poetry and science, the book culminates in a moving meditation on how we can use technology to expand the human experience rather than narrow it.»
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