24/05/2012

A insustentável leveza da insistência

Num momento em que vemos ministros de Governos PSD envolvidos em histórias pouco transparentes com a comunicação social (e muito mal explicadas e com um desejo de que assim permaneça), acabamos por ter uma sensação de dejá vu se nos lembrarmos  do imbróglio em 2004 que levou Morais Sarmento a querer acabar com a Alta Autoridade para a Comunicação Social quando esta emitiu um parecer negativo sobre uma decisão para a RTP ou de Rui Gomes envolvido na trapalhada com a TVI e com Marcelo Rebelo de Sousa.
Mais recentemente vimos também o, na altura, candidato a um segundo mandato presidencial, antigo líder venerado no PSD, Aníbal Cavaco Silva a ficar inerte quanto aos atropelos à liberdade democrática e de expressão na Madeira perpetrados pelo líder, outro venerado, do PSD Madeira, Alberto João Jardim. Diga-se, de passagem, que ainda hoje esses tiques de autoritarismo e totalitarismo continuam evidentes sem que o já reeleito Presidente se digne a tomar qualquer medida pela defesa da democracia num Estado de Direito como (se julga ser) Portugal - parece que a intervenção activa prometida no discurso de tomada de posse só vigorou até Junho de 2011!
Em seguida vimos também a bipolaridade política (e ética) de Manuela Ferreira Leite que em território continental bradava, juntamente com Paulo Rangel, pela denuncia uma hipotética asfixia democrática enquanto elogiava o "bastião inamovível" que era o "bom Governo do PSD" na Madeira onde a democracia era regra, pedindo depois um mandato para suspender a democracia por 6 meses para "começar de novo".


Disseram-me os meus anos de estudo e alguns trabalhos, que fiz nesse período sobre o tema que, historicamente, existe e continuará a existir uma relação entre o espectro político e a comunicação social. São duas esferas que se alimentam uma da outra. Não se prevê, por isso, que este tipo relações venha a ter um fim próximo. No entanto, o que se espera desta relação é que mantenha um rigor ético e moral e até profissional em cada das suas áreas de abrangência.


O que assusta nesta linha de orientação do PSD, ou padrão de conduta, não é propriamente a sua relação com a comunicação social mas sim a sua interpretação e aplicação de conceitos como os de LIBERDADE, DEMOCRACIA e RESPEITO PELAS INSTITUIÇÕES...

Sem comentários:

Enviar um comentário

Related Posts with Thumbnails