Não me atrevo a fazer qualquer retrospectiva sobre política ou aspectos sociais correndo o risco de repetir tudo aquilo que nestes dias conseguimos ler, ver e ouvir pela imprensa. Apenas um pequeno "flashback" pessoal para memória futura.
2010 não começou da melhor maneira. Os primeiros dias de Janeiro ficaram marcados pela partida duma pessoa que acompanhou o meu crescimento desde o dia que nasci. Desfeito o mito e a superstição da peça de roupa azul ou das doze passas o ano continuou.
No aspecto profissional o ano ficou marcado pelo facto de ser quase em tudo semelhante ao de 2009: criadas expectativas de novos desafios e projectos que não foram cumpridas, fruto de alguma desorganização corporativa; uma gestão virada prioritariamente para a tecnologia em detrimento dos recursos humanos; acentuação da burocratização de processos (antes se tivesse tratado dum regresso aos princípios de Max Weber em vez da determinação individual de quem quer ver exercida uma influência pessoal nos outros); degradação do ambiente de trabalho (com responsabilidade dividida entre colegas e chefias); e muito poucos estímulos. Salvam-se alguns objectivos corporativos pioneiros a nível nacional que foram atingidos (e não isentos de perdas de qualidade no percurso traçado).
Num ano que considero de equilíbrio entre situações menos boas e boas, onde as primeiras envolvendo aspectos burocráticos e de relações com entidades terceiras foram ultrapassadas, foi possível a concretização de, pelo menos, dois importantes "projectos" de longa data.
Com muito trabalho de logística e pesquisa, concretizou-se uma viagem de sete dias à Escócia (que há muitos anos estava inscrita naqueles objectivos de vida). Um local magnifico, de extrema beleza e cheio de história. Ficou a vontade para lá voltar.
Outro projecto concluído foi a licenciatura em Ciência Política e Relações Internacionais. Iniciada por pura curiosidade e cujo resultado superou as expectativas iniciais. Tenho, no entanto, perfeita noção que podia ter ido mais longe. Por isso está, desde há muito, a ser ponderada a viabilidade duma evolução académica no próximo ano lectivo (2011/2012).
Ainda que não possa dizer o mesmo de todos, fica a recordação de bons professores que contribuíram significativamente para este processo de enriquecimento pessoal. Um processo que durante o primeiro semestre do ano me obrigou à consulta de dezenas de livros para a elaboração de vários trabalhos, incluindo a tese final de licenciatura. Ainda assim, tive tempo de deixar de lado os "livros técnicos" e pôr em dia alguma leitura das quais destaco:
"Os Gropes", "O triunfo do Bastardo" e "Vícios ancestrais" de Tom Sharpe (estes três no mês de Janeiro). Ainda de Sharpe, "A busca interminável" e "Uma mancha na paisagem".
"Mil novecentos e oitenta de quatro" de George Orwell;
"Os valores da esquerda democrática" de Augusto Santos Silva;
"O poder presidencial em Portugal" de André Freire e António Costa Pinto;
"A esquerda radical" de Miguel Cardina;
"Política e segurança - novas configurações do poder" de Cristina Montalvão Sarmento;
"Elogio da política" de Mário Soares;
"Marx em 90 minutos" de Paul Stratherm;
"Temas e ideias em Ciência Política - A questão do Poder" de Carlos Barracho;
"Johnny got his gun" de Dalton Trumbo;
"Atitudes políticas" de Alan Lancelot;
e "Uma pequena história do mundo" de E.H. Gombrich.
Parece-me um saldo positivo.
2010 foi também o ano de regresso ao desporto. Ginásio para melhorar a condição física e saúde (claramente objectivo atingido) e a, ainda que pontual, prática de duas actividades das quais há muito estava afastado: paintball e hóquei em patins. Nesta última reencontrei amigos que não via há mais de 15 anos.
O ano de 2011 está aí e promete ser duro, mas sempre sem baixar os braços. O desejo e a perspectiva de novos projectos pessoais criam alguma expectativa neste início de ano.
Novo balanço, espero eu, lá para 2012!
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