Diz-se que «a esperança é a última coisa a morrer». E é isso mesmo que nos dizem Stéphane Hessel e Edgar Morin, dois grandes pensadores contemporâneos, neste pequeno trabalho com o título "O Caminho da Esperança". Num conjunto de propostas gerais, reunidas neste trabalho cuja leitura recomendo, que, como reconhecem os autores, carecem de maior aprofundamento, não resisto à transcrição de uma das muitas passagens que nos devem obrigar à reflexão:
«A via para uma política de bem-viver não pode desenvolver-se se não degolarmos o capitalismo financeiro insaciável e a barbárie da purificação nacional. O capitalismo financeiro não é o capitalismo produtivo, antes um parasita que desvia os capitais do sector produtivo em prol da especulação. O capitalismo produtivo, porém, está actualmente pervertido pela produtividade e a competitividade que se exercem [...] em detrimento dos trabalhadores, submetidos a penosos constrangimentos ou ao lay-off. Serão, de um lado, as taxas aduaneiras racionais e provisórias, a renovação do sindicalismo por outro, e, ainda, o renascimento da esquerda, a travar, como foi o caso no passado nas nações ocidentais, os piores excessos da exploração.»
Sinopse:
«Depois de proclamar em Indignai-vos e Empenhai-vos! a necessidade para dar um passo em frente, se queremos mudar o que não nos agrada na nossa vida social e politica, Stéphane Hessel decidiu neste livro conversar com um dos grandes intelectuais europeus do século XX: o filosofo Edgar Morin para reforçar a atenção para a mobilização cívica. Hessel e Morin, dois nonagenários que não perderam a vivacidade do espirito de luta combativa na Resistência, apelam a imaginação e as exigências dos cidadãos para nos devolver um horizonte no século em que vivemos, um futuro para o nosso planeta e uma Esperança para todos, que hoje em dia lhes é negado. Através de propostas concretas ensinam como a criação de um governo mundial, a revitalização da solidariedade, a criação de Casas de Fraternidade, o desenvolvimento da economia plural, que favoreça pequenas e médias empresas e o impulsionar de um novo modelo de consumo, assim como a implementação da reforma laboral baseada nos princípios da racionalidade e democratização do ensino e, sempre que necessário, a procura do bem-estar que tem grande importância para as pessoas.»
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