16/02/2012

Toca e foge!

Mais uma vez, assistimos ao nosso Presidente da República a jogar uma espécie de "toca e foge".


Agendada uma visita à remodelada escola António de Arroio, lá partiu o Presidente na sua comitiva escoltada pela PSP que depois de passar pela Avenida João XXI acima, diz quem se encontrava pela zona, deu uma volta de 360º regressando pelo mesmo caminho de onde vinha!
Parece que havia um qualquer problema de segurança na dita escola obrigando a comitiva a regressar para terreno seguro. O dito problema afinal era uma pequena manifestação de alunos contra medidas tomadas pelo actual Governo que o Presidente "de todos os Portugueses" preferiu evitar (para não usar outra expressão de carácter mais depreciativo). A justificação oficial, parece, foi que "um imponderável relacionado com a actividade presidencial" obrigou a uma alteração de última hora na agenda!


Uma situação bastante caricata, não tanto pelo acto de "fuga" em si, mas sim pelo "fugitivo" ser quem é!
Senão vejamos: a 9 de Março de 2011, Cavaco Silva tomava posse na Assembleia da República como Presidente, para um segundo mandato. No seu discurso inflamado, e por vezes confuso (coisa que já vai sendo habitual), o recentemente empossado Presidente, em jeito de conclusão afirmava:


"Foi especialmente a pensar nos jovens que decidi recandidatar-me à Presidência da República. A eles dediquei a vitória que os Portugueses me deram. Agora, no momento em que tomo posse como Presidente da República, faço um vibrante apelo aos jovens de Portugal: ajudem o vosso País!
Façam ouvir a vossa voz. Este é o vosso tempo. Mostrem a todos que é possível viver num País mais justo e mais desenvolvido, com uma cultura cívica e política mais sadia, mais limpa, mais digna. Mostrem às outras gerações que não se acomodam nem se resignam."


(podem confirmar a veracidade destas palavras no "Site da Verdade"!)


Pergunto eu, então, Sr. Presidente da República não foi exactamente isso que pediu aos jovens? Que fizessem ouvir a sua voz? Que não se acomodassem? Que não se resignassem? Foi isso que eles fizeram, e onde ficou a coragem para os ouvir?
Ou será que a intenção era que os jovens levantassem a sua voz e não se acomodassem ou se resignassem só até ao mês de Junho de 2011?!


Certamente perguntas que ficarão por responder por "imponderáveis" que, por alguma razão, deverão estar relacionados com actividade presidencial... isso ou então é o jogo do "toca e foge"!

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