Fica uma pequena amostra da instabilidade política e, consequentemente, social que se viveu em apenas 16 anos de República:
«[...] consequência da instável vida política e partidária de então, em dezasseis anos verificaram-se em Portugal sete eleições legislativas (1911, 1915, 1918, 1919, 1921, 1922 e 1925), sem contar com as eleições suplementares, e oito eleições presidenciais (1911, 1915, 1915, 1918, 1918, 1919, 1923, 1925). São também de referir, quase sempre com focos de violência e escrutínios pouco fiáveis, as eleições municipais e para as juntas de freguesia nos 21 distritos (1913, 1917, 1919, 1922 e 1925).
[...]
Neste período, a média de duração dos ministérios não ultrapassava os quatro meses. O Parlamento, geralmente pelos deputados das minorias, intervinha em praticamente todos os assuntos do Governo exigindo aos seus ministros explicações constantes sobre este ou aquele assunto. A ideia que transparecia era a de que a intenção primária era não deixar governar. O Governo, para poder exercer as suas funções, dependia das maiorias parlamentares, tendo muitas vezes por isso que ceder às suas vontades. O Parlamento parecia mais "uma assembleia de chicana do que de defesa dos interesses nacionais".
Os votos de desconfiança do Parlamento levaram a que vinte ministérios apresentassem a sua demissão.
[...] "oito ministérios e quatro presidentes caíram devido a movimentos armados ou a crimes políticos".»
(neste trecho utilizo duas citações retiradas de MARQUES, A. H. de Oliveira, A Primeira Republica Portuguesa)
Percebe-se, assim, que nem tudo foram rosas...
Basta pensar e actuar perante sobre a sociedade para fazer política. Logo, todos fazemos política e somos políticos. Provavelmente, os únicos que podem dizer que não fazem politica são os eremitas.
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