"De Roma a Lisboa: a Europa em debate" trata-se de mais uma reunião de vários textos de autores que abordam o tema Europa, União Europeia, no contexto do Tratado Reformador, ou Tratado de Lisboa como ficou conhecido, em diversas áreas, coordenado por Maria Manuela Tavares Ribeiro. Desde a vertente constitucional deste tratado, passando pela cobertura jornalística que o Tratado mereceu, as relações internacionais (Cabo Verde e Colômbia), a Europa nos manuais escolares, sem esquecer, naturalmente, a sua "permanente indefinição" e o alargamento europeu.
Um trabalho que cobre diversos temas transversais da Europa:
- "European constitutional ambitions after Lisbon";
- "O Tratado de Lisboa: conteúdo e desafios";
- "Comunicando a Europa: o Tratado de Lisboa";
- "Europa: Cultura, identidade, fronteiras";
- "Rumo aos 27: O alargamento da UE nos manuais escolares";
- "A União Europeia e o conflito colombiano: de uma irrelevância de facto a uma irrelevância de conteúdo?";
- "A Parceria Especial CaboVerde/UE: olhares da imprensa";
- e "A União Europeia: um actor (político) em permanente indefinição".
Um livro editado em 2010 pela Almedina que, em alguns aspectos nele abordados, se mantém actual face aos mais recentes acontecimentos e por isso poderá ser (mais) uma ferramenta para ajudar a compreensão desta Europa: «[...] cada vez mais os Estados da União se dividem entre os que têm uma concepção da Europa como projecto político e os que perfilham uma concepção instrumental e pragmática; ao mesmo tempo que as suas agendas ("nacionais" e "internacionais") tendem a divergir»
Sinopse:
«A Europa em mutação no século XXI debate-se ainda em busca de uma ideia de si mesma enquanto projecto e realidade política. Vai-se abrindo, porém, à percepção de que a União Europeia é ainda um caminho a percorrer, mais ainda do que um ponto de destino.
E se a Europa foi fruto de um conjunto de reflexões de intelectuais, ela foi também produto de ideais teóricos, mas é um facto que deixou de ser o produto de ideais teóricos para converter-se em realidade que define o ser europeu: a razão, o direito, a democracia.
Mas nela, na Europa, podemos encontrar os contrários. Se a Europa é o direito, ela é também a força; se é a democracia também é opressão, se é razão é também mito.
Como sublinhou o europeísta suíço Denis de Rougemont, esta Europa dividida conservará o seu destino histórico comum. E ao longo dos séculos houve intentos de reconciliação em que a diversidade europeia se transforma numa unidade continental como solução para os problemas, para os confrontos, para os conflitos. Em muitos momentos da nossa contemporaneidade a Europa foi avançando em direcção oposta à unidade, a acentuar a diversidade e a fomentar a sua fragmentação - segundo as etnias, as línguas, as culturas, as religiões. Mas também é verdade que houve a preocupação em percorrer o caminho em sentido contrário, ou seja, da diversidade para a unidade.
Não se estranhará, portanto, que a unidade da Europa seja uma tarefa em construção e, por ora, inacabada.»