Este trabalho contribui para uma clara percepção do caminho escolhido pelos estados europeus orientado exclusivamente pela visão economicista e de mercados livres. Enquanto ocorre a união económica na Europa percebe-se a incapacidade, ou falta de vontade política, dos mesmos estados na construção duma união política cujo inicio se dá com o fracasso da primeira iniciativa de construção dessa união: a Comunidade Europeia de Defesa (CED).
Um livro editado em 2004 mas que reflecte todas as preocupações actuais na defesa duma União Europeia, além de económica, também política. Facilmente se consegue entender que, apesar a alternância dos dirigentes europeus, a falta de vontade política dos anos 60, 80 e 90 que impediu uma união política da UE está patente nos dias de hoje. E, infelizmente, porque os interesses de cada um dos estados europeus (e não europeus!) não se alteraram muito ao longo dos anos, temo que esta incapacidade política possa estar para durar tornando a Europa uma organização vulnerável no plano internacional - não nó no aspecto económico, vejam-se os sucessivos "ataques" dos mercados aos países europeus, mas também no aspecto político se, e apenas como exemplo, tivermos presente os recentes "ataques" de dirigentes norte-americanos às políticas militares e de defesa dos estados europeus (sempre dependentes dos orçamentos dos EUA no plano militar e da NATO).
Uma leitura que se recomenda.
Sinopse:
A história da construção europeia ensina-nos que sempre que do plano económico se pretende avançar para o plano político multiplicam-se as dificuldades e surgem as divisões. Os chamados eurocépticos sustentam que os pressupostos da construção europeia se alteraram com a implosão da União Soviética e a reunificação alemã. Para eles, que valorizam o retorno das nações, enquanto reflexo identitário provocado pela globalização, o método comunitário, tal como definido pelos pais fundadores, está ultrapassado. Os europeístas, por seu lado, pensam que é precisamente o fim do mundo bipolar que impõe que se acelere o passo a caminho da união política. Por duas ordens de razões. Em primeiro lugar, porque acolher os países da “outra Europa” obriga a um reforço da solidariedade e da coesão. Em segundo lugar, porque a Europa deve assumir um papel autónomo na nova ordem internacional que se pretende construir.